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Angolanos e russos voltam a calçar português
Após dois anos de fortes quebras, as vendas de calçado português para Angola e a Rússia dispararam nos dois primeiros meses deste ano.
O brilho dos mercados angolano e russo, geografias que se tornaram estrelas no crescimento da indústria portuguesa do calçado fora da União Europeia, empalideceu fortemente nos últimos dois anos.
Devido à crise da exportação de petróleo e consequente falta de divisas, as vendas de calçado português para Angola sofreram, em 2015, uma quebra de 15%, para 24 milhões de euros, enquanto que para a Rússia se vendeu menos 52% de sapatos, num total de 21 milhões de euros. Números que cavaram ainda mais fundo no ano passado.
Mas eis que, chegados a 2017, Angola e Rússia surgem a liderar o crescimento das exportações do sector, em termos relativos, fora do espaço da UE.
De acordo com os números fornecidos pela APICCAPS (associação de industriais do sector) ao Negócios, nos dois primeiros meses deste ano as vendas de sapatos para aqueles dois mercados geraram uma facturação de 11,571 milhões de euros, mais 4,259 milhões do que em igual período do ano passado.
Em volume, foram exportados 533.950 pares de sapatos, mais 210.356 do que nos dois primeiros meses de 2016.
O crescimento das exportações para Angola, no acumulado de Janeiro e Fevereiro de 2017, foi de 190%, com as vendas a passarem de 1,156 milhões de euros para 4,507 milhões, correspondentes a 275.080 pares de sapatos.
Já o crescimento para a Rússia foi relativamente mais modesto, de 22,9%, para sete milhões de euros, mais 1,3 milhões do que um ano antes, num total de 258.870 pares de sapatos.
Em termos globais, depois de sete anos de crescimento consecutivo, a indústria portuguesa de calçado fechou os dois primeiros meses de 2017 com um aumento das vendas nos mercados externos na ordem dos 6,4% em relação ao mesmo período do ano passado, para 367 milhões de euros, num total de 16 milhões de pares.