Notícia
Mutares deve fechar compra da Efacec até final do mês
Obrigacionistas aprovaram corte na dívida proposto por alemães.
O caminho para o desenlace ficou aberto esta quinta-feira, 12 de outubro, após a assembleia-geral de obrigacionistas da Efacec ter aprovado a proposta da Mutares de um corte na dívida de 10%, o equivalente a 5,8 milhões de euros.
Uma das premissas para a Mutares assumir o controlo da Efacec passa por uma injeção de capital de 50 milhões de euros, a qual será concretizada pelo Banco Português de Fomento (BPF) através do Fundo de Capitalização e Resiliência. Este reforço será realizado através de obrigações convertíveis a emitir pela Efacec.
A venda da Efacec foi anunciada pela Parpública no início de junho, mas sem terem sido divulgados os pormenores do negócio pelo facto de a Mutares ser cotada em bolsa.
Em 2020, na sequência do escândalo Luanda Leaks, que arrasou a imagem da então acionista Isabel dos Santos, o Governo liderado por António Costa nacionalizou os 71,73% da Efacec detidos pela empresária angolana.
Três anos depois, em junho passado, o Executivo anunciou a venda dessa participação à Mutares. O ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, afirmou nesse momento que tinha "a expectativa de recuperar todo o investimento" público na empresa, que à altura consistia numa ajuda direta de 132 milhões de euros, valor ao qual acrescem 85 milhões em garantias – além de despesas mensais de 14 milhões.
Até abril deste ano, a Efacec contava com prejuízos consolidados de 21,5 milhões de euros, mais 50,9% face ao mesmo período de 2022, devido a um agravamento das perdas nos resultados operacionais.