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Minoritários da Cimpor pedem à CMVM para controlar cimenteira

Três fundos de investimento que se mantêm como accionistas minoritários da Cimpor solicitaram à CMVM para fazer um “acompanhamento especial” da situação da empresa, noticia o Público. Investidores temem pela qualidade da informação financeira da cimenteira. E criticam os “escassos direitos que lhe são atribuídos”, deixando em aberto uma possível oferta obrigatória sobre a Cimpor.

Miguel Baltazar/Negócios
Negócios 20 de Janeiro de 2015 às 08:56
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Os fundos de "private equity" Whitebox, Berheim Dreyfus e Estrela, este último ligado a Manuel Serzedelo, antigo presidente do BES Investimento, que se mantêm como accionistas da Cimpor, querem que a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários faça uma "monitorização" e um "acompanhamento especial" da situação da empresa, noticia o Público.

 

Estes investidores enviaram uma carta à CMVM, em Novembro de 2014, solicitando que o supervisor liderado por Carlos Tavares defenda os interesses dos accionistas minoritários da cimenteira, como acontece com os três fundos, junto da administração da Cimpor e do seu maior accionista, o grupo brasileiro Camargo Côrrea.

 

Na missiva, citada pelo Público, Whitebox, Berheim/Dreyfus e Estrela invocam "o exercício dos escassos direitos que lhe são atribuídos" como accionistas minoritários para pedir à CMVM esclarecimentos sobre as razões pelas quais a cimenteira continua cotada. No entender destes fundos, a empresa não cumpre os "requisitos legais para a negociação em mercado regulamentado", uma vez que as acções "não beneficiam de uma adequada ou ampla dispersão pelo público (que se presume ser em torno de 25%)". A carta não o refere, mas fica subentendida a ideia de que estes investidores defendem uma oferta de aquisição obrigatória sobre as acções da Cimpor ainda não controladas pela Camargo Côrrea.

 

Estes accionistas minoritários, entre os quais a Whitebox que entrou na empresa já depois da OPA do grupo brasileiro e que mantém diferendos judiciais com a Cimpor e o seu maior accionista, criticam a qualidade e o nível de transparência da informação financeira publicada pela cimenteira. Os fundos querem saber quais as consequências sancionatórias do facto de a empresa não ter divulgado "atempadamente ao mercado as transacções de dirigentes, realizadas com accionistas, a preços acima do mercado".

 

Outra das reivindicações feitas ao supervisor é para que faça um "acompanhamento especial das renúncias dos administradores não executivos, em especial o presidente da comissão de auditoria". José Neves Adelino, antigo titular deste cargo, renunciou ao lugar a 26 de Novembro.

 

Segundo o Público, os três fundos apelam ainda à CMVM para proceder a uma "monitorização especial da Cimpor" devido à "conjugação de riscos" em torno da empresa e acompanhar a "evolução dos processos judiciais [que a Camargo Côrrea enfrenta] no Brasil".

 

A Whitebox é uma das entidades que já moveu processos contra a Cimpor e o grupo brasileiro que controla a empresa. Primeiro pelo facto de o prospecto da OPA omitir a transferência de 2.000 milhões de euros de dívida da Camargo Côrrea para a cimenteira portuguesa. O fundo pediu ainda à CMVM que investigasse uma transacção de acções da Cimpor realizada em Março de 2013 e que não foi comunicada ao mercado.

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