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Marcelo sobre Efacec: venda fica "aquém do que admitíamos que fosse possível". Governo "falhou" nas explicações

O Presidente da República assume que "não havia nenhuma solução boa ou muito boa", mas diz que a encontrada, que prevê uma injeção de 160 milhões por parte do Estado, "ficou aquém do desejado".

Miguel Baltazar
02 de Novembro de 2023 às 17:59
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A venda da Efacec ao fundo alemão Mutares fica "aquém daquilo que se sonhou" para a empresa, afirmou, esta quinta-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, à margem da receção oficial das startups do Road 2 Web Summit 2023, que decorreu esta quinta-feira no antigo museu Nacional dos Coches, em Belém.

"É bom em termos do que sonharíamos para a Efacec num contexto diferente? Está aquém daquilo que ao longo do tempo sonhavamos, pensavamos e admitiamos que fosse possível", disse, lembrando, contudo, que a situação geopolítica e económica é hoje outra.

Por isso, considerou, "não havia nenhuma solução boa ou muito boa".

O acordo com o fundo Mutares para a venda da Efacec, concluído esta semana, prevê uma injeção de 160 milhões de euros por parte do Estado e ainda 35 milhões de euros em obrigações subscritas pelo Banco de Fomento, através do Fundo de Capitalização e Resiliência. A este valor anunciado ontem por Costa Silva juntam-se os 202,9 milhões de euros que o Estado já tinha investido até ao momento, ao longo de 20 meses.

Questionado sobre os portugueses vão ter capacidade para entender que o Estado coloque mais dinheiro na empresa, Marcelo admite que "não".

O chefe de Estado assume que "uns dirão que, para aquilo que realmente valia e chegou a valer, e tendo em conta a importância estratégica da Efacec, é pouco", enquanto outros dirão que quando houve o risco de não haver nada e de haver uma situação que colocaria em causa a reputação do Estado português "é uma saída".

Marcelo Rebelo de Sousa considerou, ainda, que o Governo deve ser mais transparente sobre o processo, admitindo que essa parte "falhou.

"No momento em que se encontra uma solução, que é ditada pelo acumular de agravamento da situação internacional, acho que se deve explicar isso. Uma vez resolvido o problema tem que se explicar aos portugueses" defendeu, acrescentando que o Governo "ainda vai a tempo" de o fazer.

O Presidente da República admitiu pedir essa explicação ao primeiro-ministro, António Costa, na próxima reunião semanal. 

Notícia atualizada às 19h15
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