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Marcelo “chega fogo” em Monção para ser líder mundial de lareiras de luxo

Nascido em França há quase 50 anos, Marcelo Alves Inácio abriu em Monção a GlammFire, uma fábrica de lareiras de luxo a bioetanol, que vende para mais de 50 países e vai agora duplicar a capacidade produtiva. Objectivo: “Ser número 1 mundial em 2020.”

A GlammFire apresenta-se como uma das três maiores empresas de lareiras de luxo a bioetanol.
12 de Maio de 2018 às 10:00
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"Nasci como uma pequena chama, uma labareda. Ainda jovem, com 16 anos, abracei, em França, o entusiasmo e a paixão pelo fogo, iniciando actividade na área das lareiras e recuperadores de calor. Elegi o domínio do fogo, heróico namoro da Humanidade, como sentido da minha vida profissional."

 

Marcelo Alves Inácio, filho de um trabalhador da construção civil e de uma doméstica, emigrantes em França, nasceu há 49 anos em Perpignan, no sul do país, perto da fronteira com Espanha.

 

Marcelo Alves Inácio, presidente da GlammFire
Marcelo Alves Inácio, presidente da GlammFire




"Deixei de estudar aos 16 anos. O meu pai pôs-me a trabalhar no ramo das lareiras. Mas como gosto muito de Portugal, vim para Monção aos 25 anos", começou por contar ao Negócios.

 


Instalado na terra natal dos pais, Marcelo tornou-se importador de recuperadores de calor de marcas francesas. "Mas havia algo que me fazia imensa confusão: importar para quê se podíamos fabricar e exportar?"

 

O clic deu-se em 2007 quando, numa visita a uma feira na Alemanha, fica "on fire" com as lareiras a bioetanol. "Trata-se de um tipo de lareira diferente, inventada por um alemão, que não precisa de chaminé - não liberta fumo, só calor. E não precisa de obras. A instalação faz-se tal e qual como se pousa um livro numa biblioteca", simplifica.

 

Regressa então a Monção e cria a GlammFire, num investimento de 1,8 milhões de euros na abertura de uma fábrica de lareiras de luxo a bioetanol. "Os primeiros anos foram muito difíceis. Estávamos em plena crise, Portugal era considerado ‘lixo’ lá fora", lembra o empresário.

 

Para complicar o arranque do projecto, o apoio financeiro de fundos comunitários demorou a chegar. "Só recebi essas ajudas quatro, cinco anos depois. E dos 800 mil euros inicialmente esperados, só recebi 400 mil euros", garante.

 

Marcelo aproveita o tema dos incentivos públicos para afiançar que, se a empresa "estivesse em França, poderia facturar o dobro". Porquê? "A participação em feiras internacionais é muito caro, custa entre 30 e 50 mil euros cada, sendo que lá [em França] recebe-se os incentivos depressa, aqui estamos dois anos à espera do dinheiro", lamenta.

 

Entretanto, depois de ter acumulado "cerca de 600 mil euros" de prejuízos nos primeiros meia dúzia de anos de actividade, a GlammFire começou a dar lucros em 2014 - sete mil euros, tendo chegado aos 30 mil no ano seguinte. No ano último exercício o resultado foi de 50 mil euros, menos 20 mil do que no ano anterior.

 

Está no top-3 mundial e vende para mais de 50 países  

 

Hoje, a GlammFire posiciona-se como "uma das três maiores empresas mundiais no mercado das lareiras de luxo a bioetanol", afiança Marcelo Alves Inácio. A liderança global é já a seguir.

 

Fábrica da GlammFire, em Monção.
Fábrica da GlammFire, em Monção.




Antes, a evolução da facturação: no primeiro exercício facturou cerca de 200 mil euros, no ano passado chegou aos 1,8 milhões de euros, mais 600 mil do que no ano anterior. "E este ano queremos ultrapassar os dois milhões de euros", adianta Marcelo, que exporta "mais de 85%" da produção, num total "da ordem das 400 unidades", para mais de 50 países.

 

Em 2017, o principal mercado foi França, responsável "por cerca de 20% da facturação, seguido de Itália com 17%".

 

De entre "a dúzia de novos mercados" conquistados este ano, o empresário destaca "a China, a Coreia do Sul e os Estados Unidos", onde registou "uma primeira encomenda, no valor de 80 mil euros, para Nova Iorque".

 

Marcelo afiança que as lareiras GlammFire "estão presentes em algumas das mais exclusivas habitações do mundo, nos melhores hotéis e também em eventos como o World Economic Forum Annual Meeting, ou em alguns dos desfiles da Semana da Moda, em Paris".

 

E foi uma das marcas galardoadas, em 2017, em Itália, com A’Design Award, um dos prémios de design de maior prestígio mundial.

 

Para uma média de 2.500 euros a unidade, "a mais barata lareira GlammFire foi vendida por 500 euros e a mais cara por cerca de 22 mil euros, para uma residência no Dubai", revela o dono da empresa.

 

Investimento de um milhão numa nova fábrica para chegar à liderança mundial

 

Tendo como principais concorrentes "uma empresa polaca e outra australiana, que facturam cerca de 4,5 milhões de euros", Marcelo Alves Inácio dá brilho à ambição de chegar à liderança mundial até 2020. "Espero ser número 1 nessa altura", fixa.

 

Para atingir o objectivo, a GlammFire vai ampliar as instalações fabris e duplicar o efectivo, que é actualmente de 40 pessoas, "num investimento de um milhão de euros".

 

"Já comprei um terreno situado ao lado da actual fábrica, que tem cerca de seis mil metros quadrados. Iremos duplicar a área coberta, com mais 3.500 mil metros quadrados, permitindo duplicar a capacidade produtivo e também o número de trabalhadores", detalha o empresário, que prevê que o novo "lay out" fabril esteja operacional dentro de ano e meio.

 

Ambição global: "O objectivo é chegar a 2023 a facturar 10 milhões de euros."

 

Para comemorar os 10 anos de vida da empresa e os seus 50 anos de idade, Marcelo Alves Inácio vai dar uma festa na fábrica, em Monção, nos dias 13 e 14 de Setembro, para 150 pessoas, tendo já assegurada a presença de "30 pessoas de 22 nacionalidades diferentes, desde revendedores, arquitectos, decoradores..."

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