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Macosmi apaga 11 de Setembro com mais fábricas e empregos

Fabricante de calçado Macosmi, que os atentados de 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos colocou na insolvência, está imparável: investe dois milhões de euros para dobrar a produção e contrata mais 56 pessoas.

Paulo Duarte/Negócios
30 de Maio de 2013 às 00:01
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Os empresários portugueses andam com a palavra resiliência na boca, sobretudo os fabricantes de calçado. E é neste sector que encontramos uma empresa cujo sucesso corporiza na perfeição o que é ser resistente. Criada por três sócios em 1997, a Macosmi iniciou actividade, com uma dúzia de trabalhadores, em instalações arrendadas em Caldas de Vizela. E começou logo depois a produzir em subcontratação para os Estados Unidos e o Canadá.

O elevado investimento inicial, sem que tenha conseguido firmar os apoios estatais a que se candidatou, provocou um grande rombo na empresa, que ficou mais fundo pelos efeitos dos atentados de 11 de Setembro de 2001 no mercado americano. Passado meia dúzia de meses, a Macosmi contabilizava um milhão de euros de dívidas.

Tinha chegado então a hora de avançar com um processo de recuperação em sede de insolvência, apostando numa estratégia focalizada no mercado europeu e na criação de marcas próprias. O grande salto em frente aconteceu em 2007, com a inauguração das suas novas instalações fabris, em São Martinho do Campo, Santo Tirso, que resultou da reconversão de uma antiga têxtil e onde foram investidos dois milhões de euros.

E nesse mesmo ano lançou a marca própria de luxo Atelier do Sapato, que é já uma referência internacional (tem ainda a Coque Terra, segmento médio). Para firmar a entrada num novo ciclo de expansão, criou, há três anos, a Jomani, uma unidade de corte e costura, em Castelo de Paiva, local escolhido para aproveitar a mão-de-obra especializada de gigantes do calçado como a CJ Clarks e a Glovar, entretanto encerradas.

Maio de 2013: "Vamos investir perto de dois milhões de euros na expansão das nossas fábricas, duplicar a produção, aumentar o efectivo de 130 para 190 pessoas, e entrar em novos mercados", avançou ao Negócios, José Machado, sócio e administrador da Macosmi. Na "casa-mãe", entrou agora em operação uma nova linha de produção, que vai dobrar o volume diário de 800 para 1.600 pares. Um milhão de euros investidos e que determinou a contratação de mais 30 pessoas. Isto depois de, ali mesmo ao lado, ter desembolsado, há três meses, 500 mil euros na aquisição de um pavilhão (armazém).

Para acompanhar este crescimento galopante, fechou , por 400 mil euros, a compra de um novo pavilhão localizado perto da sua fábrica de Castelo de Paiva, para triplicar a capacidade instalada na unidade de corte e costura para mil pares ao dia. E serão contratadas mais 26 pessoas. "O objectivo é duplicar as vendas de sete milhões de euros, no ano passado, para 12 milhões este ano e 15 milhões no próximo", rematou José Machado.

Com as marcas terceiras a gerar 60% das vendas, exporta 95% da produção para meia dúzia de países, com a França a representar 40%. Passado o trauma dos atentados, a Macosmi quer regressar aos Estados Unidos, e entrar na Coreia do Sul e na Colômbia.

 
O momento

Em 2002, a Macosmi estava no fundo. Os efeitos dos atentados de 11 de Setembro de 2001 no mercado norte-americano tinham colocado a empresa na insolvência. Enterrada a falida aposta nos Estados Unidos, iniciou então um processo especial de recuperação da empresa, apostando numa nova estratégia focada na Europa e na criação de valor com o lançamento de marcas próprias. Sucesso total:  "Estamos em contraciclo - a investir, a empregar e a acreditar", sintetizou o sócio José Machado.


 

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