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Lucros da Navigator recuam para 49,3 milhões até março

A produtora de pasta e papel registou no primeiro trimestre uma redução de 7,5% dos resultados líquidos. As vendas subiram quase 10%. Neste período, a Navigator reestruturou o endividamento e diversificou fontes de financiamento.

Pedro Ferreira/Correio da Manhã
09 de Maio de 2019 às 19:12
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A The Navigator Company fechou o primeiro trimestre deste ano com um resultado líquido de 49,3milhões de euros, o que representa uma redução de 7,5% face ao mesmo período do ano passado, revelou a empresa em comunicado emitido à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

 

Nos primeiros três meses de 2019, o volume de negócios aumentou em todos os segmentos para 421,8 milhões de euros, o que reflete uma subida de 9,6% em termos homólogos.

Com vendas de 300 milhões, o segmento de papel representou 71% do volume de negócios, a energia 11% (44 milhões), a pasta mais de 9% (40 milhões de euros) e o negócio de "tissue" cerca de 8% (33 milhões).


A Navigator salienta que no negócio de "tissue" verificou-se um aumento significativo de 76% do volume vendido para 23,7 mil toneladas, em resultado do arranque de nova fábrica de tissue de Aveiro. O valor de vendas situou-se em 33 milhões de euros, crescendo 75% em relação ao primeiro trimestre de 2018.

 

Até março, o EBITDA da empresa que tem agora como CEO João Castello Branco recuou 5,5% para 104,9 milhões de euros. Excluindo o impacto positivo de 9,4 milhões relativo à venda do negócio das pellets nos EUA, ocorrido em 2018, o EBITDA situou-se 3,3% acima do registado há um ano.

Nos custos de produção, o grupo refere o agravamento dos custos de energia em cerca de 11,6 milhões de euros devido ao aumento do preço de aquisição de eletricidade e gás natural, assim como da aquisição de madeira. Isto "devido essencialmente o aumento do peso da madeira certificada na madeira nacional adquirida, que passou de 34% para 49% no total, assim como ao aumento do preço de "woodchips" no mercado internacional e à variação da taxa de câmbio euro/dólar na madeira adquirida fora da Península Ibérica".

Os resultados financeiros situaram-se em 3,9 milhões negativos, o que compara com os 5,5 milhões negativos do mesmo período de 2018.


No final do trimestre, a dívida líquida do grupo era de 676,9 milhões de euros, o que traduz um aumento de 118,2 milhões relativamente a março de 2018. O invetsimento até março totalizou 32,5 milhões de euros, mais 3,9 milhões face ao mesmo período do ano passado.
 

Grupo restrutura endividamento

Na apresentação dos resultados, a Navigator salienta que perante a aproximação do vencimento de uma parcela substancial da sua dívida, que ocorreria em 2020, "decidiu empreender um processo de restruturação, que teve a sua concretização ao longo do primeiro trimestre de 2019".


Este processo envolveu a contratação de quatro empréstimos e duas linhas de "backup", no montante total de 455 milhões de euros, com o correspondente cancelamento das linhas que se venceriam no próximo ano, explica.

Os principais reflexos deste processo, salienta ainda o grupo, foram a extensão das maturidades – os novos empréstimos têm uma vida média que se situa entre 5 e 7 anos versus uma maturidade média de 2,6 anos no final de 2018 -, o aumento da componente de taxa fixa (com todos os novos empréstimos contratados a taxa fixa), a redução dos custos face às operações antecipadamente canceladas e a diversificação das fontes de financiamento, com a inclusão de um novo banco internacional no leque das entidades financiadoras.

Esta operação incluiu ainda a conversão de uma linha de "back-up" num programa de papel comercial "green", a primeira operação do género realizada em Portugal, refere.

(notícia atualizada às 19:26 com mais informação)

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