Notícia
Lucros da Navigator baixam 5,4% até Setembro
A ex-Portucel foi penalizada pela evolução negativa dos preços da pasta e pape. Os lucros ficaram acima do esperado.
A The Navigator Company fechou os primeiros nove meses do ano com um resultado líquido de 134,3 milhões de euros, o que traduz uma queda de 5,4% face ao mesmo período do ano passado, anunciou a empresa em comunicado.
Tendo com conta apenas o terceiro trimestre, os lucros subiram para 48,8 milhões de euros, acima dos 41,4 milhões do euros do período homólogo. Os analistas do CaixaBI antecipavam que a Navigator registasse lucros de 42,6 milhões de euros no terceiro trimestre.
No acumulado dos primeiros nove meses o EBITDA cresceu 2,6% para 301,5 milhões de euros, com a margem sobre as vendas a melhorar para 26,1%.
As vendas totais desceram 4,1% para 1.155,4 milhões de euros com a empresa a ser penalizada "pelo decréscimo de vendas de energia", bem como pela queda dos preços da pasta e papel. "A quebra no valor global das vendas resulta essencialmente da redução do valor de vendas na área de energia, após a revisão da tarifa de venda à rede na central de cogeração a gás natural da Figueira da Foz", explica a empresa.
Ainda assim a Navigator assinala que voltou a registar um recorde de vendas de papel em volume e em valor, atingindo 1.156 mil toneladas e 890 milhões de euros. As vendas de papel em volume cresceram 2%, de pasta aumentaram 9% e de tissue subiram 27%.
Entre os vários eventos não recorrentes que afectaram os números operacionais (EBITDA) da Navigator, a companhia destaca a reavaliação dos activos biológicos efectuada em Portugal (variação positiva de 10,5 milhões); a imparidade registada nos activos biológicos de Moçambique (variação negativa de 3,5 milhões); incêndio da fábrica de tissue em Vila Velha de Rodão (impacto negativo de 2,4 milhões).
Ao nível financeiro o contributo para as contas foi positivo, já que os resultados financeiros melhoraram de -44,9 milhões de euros entre Janeiro e Setembro de 2015 para -16,6 milhões de euros no mesmo período do ano passado.
A empresa assinala que esta "melhoria significativa" foi possível devido à reestruturação do endividamento. A dívida líquida aumentou para 723,4 milhões de euros, evoluindo em "linha com o esperado" e rácio dívida/EBITDA "mantem-se em níveis adequados", ao situar-se em 1,82.
(notícia actualizada às 8:02 com mais informação)