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Lucros da Altri crescem 282% até setembro

O grupo registou lucros de 92,8 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. Os preços elevados da pasta nos mercados permitiram um aumento do EBITDA de quase 118%, apesar da subida dos custos da energia e da madeira, o que resultou num acréscimo das importações.

18 de Novembro de 2021 às 17:11
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A Altri registou um resultado líquido consolidado de 92,8 milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano, um valor que representa um aumento de 282,1% face aos 24,3 milhões verificados no período homólogo do ano passado.

Em comunicado à CMVM, a empresa salienta que a produção de pasta atingiu valores recorde, no total de 865,9 mil toneladas (mais 4,5%, em termos homólogos), "num período marcado pela alta dos preços da pasta nos mercados internacionais".

Também as vendas de pasta atingiram as 884,5 mil toneladas, um aumento de 7%, com os mercados externos a absorverem 86% do total.

As receitas totais do grupo somaram 635,3 milhões de euros até setembro, uma subida de 35,3% face ao período homólogo de 2020. Na atividade industrial, as vendas totalizaram 551,9 milhões de euros, enquanto a produção de energia contribuiu com 83,4 milhões de euros para as receitas globais.

Os custos operacionais cresceram 14,3% face aos primeiros nove meses de 2020, registando-se "alguma pressão inflacionista de alguns custos", destaca a Altri, acrescentando que, "ainda assim, o EBITDA do grupo atingiu os 207,6 milhões de euros", um aumento de 117,8% face ao período homólogo, "em resultado dos preços elevados da pasta nos mercados".

Citado no comunicado, o CEO da Altri, José Soares de Pina, explica que a performance dos primeiros nove meses deste ano "foi obtida apesar das pressões sentidas quer nos preços da energia, quer no aumento do custo da madeira, a nossa principal matéria-prima, com um necessário aumento das importações".

No entender do responsável, "é fundamental que Portugal alinhe os seus interesses estratégicos, criando incentivos para uma melhor gestão da floresta, com a adoção das melhores práticas e com a conversão de florestas abandonadas em florestas com maior produtividade".

Na mensagem, o responsável destaca também o facto de a Altri ter sido selecionada pelas autoridades da Galiza, "para desenvolver um projeto único de enorme ambição na área dos têxteis sustentáveis, para a produção de fibras têxteis de base celulósica a partir dos bosques galegos, que progressivamente contribuirão para a substituição de fibras sintéticas de origem fóssil".

José de Pina realça ainda o impulso dado à GreenVolt "através do seu IPO e consolidação do seu ambicioso projeto de expansão nacional e internacional em biomassa e energias renováveis", que "foi inteiramente justificado pela sua evolução favorável em bolsa".

O investimento líquido total realizado pela Altri durante os primeiros nove meses ascendeu a cerca de 25 milhões de euros, sendo 11,8 milhões realizados no terceiro trimestre. Cerca de metade do valor investido foi no negócio da pasta, enquanto a outra metade foi na GreenVolt, que concluiu formalmente, no terceiro trimestre a compra da V- Ridium e da Profit, tendo também assinado um contrato da compra de uma participação acionista de 41,87%, com opção de aquisição para as ações remanescentes, na Perfecta Energia.

 

Juntando à entrada em bolsa a geração interna de cash flow do grupo Altri, a dívida líquida nominal remunerada situava-se em cerca de 479,6 milhões a 30 de setembro de 2021. Sem a GreenVolt, a dívida líquida alocada apenas ao negócio da pasta foi reduzida em cerca de 20%, para 357,3 milhões de euros.

Em termos de perspetivas para o final do ano, o grupo diz que no segmento de pasta "continua a sentir uma forte procura na Europa, especialmente para uso final de papel de impressão e escrita, ao mesmo tempo que "vê a manutenção das restrições logísticas para os próximos meses que continuarão a condicionar a dinâmica do mercado da pasta e papel na Europa". No lado dos custos, "um dos desafios atuais é o crescente incremento de preços da energia assim como a necessidade crescente da importação de madeira", assinala ainda.

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