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Lucros da Altri sobem 400% para 123,7 milhões em 2021

Num ano em que bateu recordes de produção e vendas, o grupo frisa que o aumento dos custos energéticos foi o principal fator negativo no final de 2021, adiantando que está a passar para o regime de mercado de energia, o que "terá já um impacto positivo durante o primeiro trimestre".

17 de Março de 2022 às 17:08
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A Altri obteve no ano passado lucros de 123,7 milhões de euros, o que significa um aumento de 400,7% face aos 24,7 milhões de euros de resultado líquido consolidado atribuível à casa-mãe em 2020.

No comunicado de divulgação das contas de 2021, a empresa salienta que a produção de fibras celulósicas e as vendas atingiram um "recorde absoluto".

Nas unidades de produção do grupo - Celbi, Biotek e Caima - foram produzidas 1,126 milhões de toneladas de pasta (mais 2,2% face a 2020). Já as vendas somaram 1,158 milhões de toneladas (um aumento de 5% comparativamente com o ano anterior), com os mercados externos a absorverem 86% do total. Isto, frisa a empresa, "num período marcado pela alta dos preços da pasta nos mercados internacionais".

Assim, as receitas totais da Altri atingiram os 793,4 milhões de euros em 2021, um crescimento de 38% face a 2020.

Por seu lado, os custos operacionais registaram um crescimento de 18,6%, "fruto da pressão inflacionista generalizada dos fatores produtivos", explica, adiantando ainda que o EBITDA atingiu os 227,7 milhões de euros, um aumento de 132,7% em termos homólogos. Já a margem EBITDA alcançou os 28,7%, mais 11,7 pontos percentuais..

 

A dívida líquida do grupo Altri era, no final de 2021, de em cerca de 344 milhões de euros, o que equivale a um rácio de dívida líquida/EBITDA de 1,5x.

Grupo passa para regime de mercado de energia

"O ano de 2021 foi mais um ano de forte crescimento para o grupo Altri. Apesar de todas as condicionantes derivadas da pandemia, com elevadas restrições ao nível da logística em termos globais, conseguimos mais uma vez superar-nos, alcançando níveis de produção de fibras celulósicas, mas também de volume de negócios, sem paralelo na história da nossa companhia, salienta José Soares de Pina, na mensagem que acompanha a divulgação dos resultados.

 

O CEO da Altri destaca ainda o facto de o grupo ter sido selecionado pelas autoridades da Galiza para desenvolver um projeto de produção de fibras têxteis sustentáveis de base celulósica, assim como a redução da dependência de energia de fontes fósseis.

"A Caima vai tornar-se, em breve, na primeira produtora ibérica de fibras celulósicas livre de combustíveis fósseis, sendo que todo o grupo está a passar para o regime de mercado de energia, tendo em conta que é produtor excedentário", adianta, frisando que essa passagem "terá já um impacto positivo durante o primeiro trimestre de 2022".

Uma decisão que permite "mitigar os efeitos da escalada dos preços da energia em resultado da tragédia que se vive na Ucrânia onde milhões de pessoas inocentes estão a sofrer com uma operação militar russa injustificável", diz ainda José de Pina, considerando que  "esta é uma das medidas implementadas para enfrentar um ano que se afigura cheio de desafios".

O CEO da Altri sublinha ainda que  "o cenário de guerra faz aumentar a incerteza, agravando as restrições logísticas a nível global, que já se faziam sentir, e empurrando os preços da energia para máximos históricos numa altura em que as dificuldades nas cadeias de valor de várias indústrias já estavam a criar pressões inflacionistas".

Relativamente às perspetivas para este ano, a Altri afirma que no segmento de pasta "continua a sentir uma forte procura na Europa no início de 2022", lembrando que num contexto de baixa disponibilidade "foram já anunciados dois aumentos de preços para fevereiro (30 dólares) e para março (30 dólares), elevando o valor para 1.200 dólares/tonelada".

Ao nível da oferta, o grupo salienta as restrições logísticas globais , mas também as greves prolongadas no setor no Norte da Europa como "um fator com um impato relevante na dinâmica do mercado europeu".

Do lado dos custos, o grupo assume que "a inflação generalizada dos fatores produtivos é um desafio que pretendemos gerir da melhor forma possível", recordando que o aumento dos custos energéticos foi o principal fator negativo durante o quatro trimestre de 2021. Razão pela qual decidiu alterar o regime de energia, passando do regime regulado de co-geração para o regime de mercado.

Relativamente ao projeto na Galiza, a Altri refere que "continua em progresso avançado com o arranque dos estudos ambientais, viabilidade económica e engenharia em colaboração com os parceiros da Impulsa", acrescentando que "a curto prazo" espera estar em condições de anunciar a localização final do projeto.

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