Notícia
Exportações e importações têxteis cresceram ao mesmo ritmo em 2014
A indústria portuguesa de têxtil e vestuário registou um aumento de 8% nas vendas ao exterior em 2014, naquele que foi o melhor dos últimos 11 anos. Os espanhóis contribuíram para 40% do acréscimo das exportações.
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As exportações de têxtil e vestuário cresceram ao mesmo ritmo (8%) das importações no ano passado, segundo os dados do comércio internacional divulgados pelo INE. Quer nas vendas quer nas compras ao exterior, o vestuário foi a categoria mais representativa, representando 60% do total das vendas no estrangeiro deste sector tradicional, que abrange cerca de cinco mil empresas e 120 mil trabalhadores.
Apesar das importações terem aumentado 273 milhões de euros, face ao ano anterior, a balança comercial desta indústria manteve um saldo positivo de 1.005 milhões de euros, equivalente a uma cobertura de 1,3. É que as exportações ascenderam a 4,6 mil milhões de euros, inscrevendo 2014 como "o melhor dos últimos 11 anos" no comércio internacional, segundo a principal associação empresarial do sector (ATP).
E se Espanha continua a ser a principal fornecedora (com uma quota de 35% e um crescimento de 7%), estes dados do INE confirmaram a tendência identificada a meio do ano: é também do outro lado da fronteira que está a melhor cliente, com uma quota de 31,5% e uma subida de 10,5% nas compras. Os industriais portugueses do têxtil e vestuário bem podem dizer "gracias": é que foram os espanhóis que contribuíram em 40% para o acréscimo de 340 milhões de euros das exportações em 2014.
Na lista dos melhores clientes seguem-se Itália e Reino Unido, respectivamente com 14% e 9% de quota, tendo sido igualmente o segundo e terceiro destinos com maiores crescimentos absolutos. Por outro lado, os mercados que completam o ranking nas importações são Itália (quota de 12% e um aumento de 5%), enquanto a Alemanha e a França dividem o terceiro lugar do pódio, com uma quota equivalente de 7%.
Estas contas finais de 2014 em termos de exportações ultrapassaram mesmo as previsões da ATP, que no início do ano fixara a meta em 4,5 mil milhões de euros. Como o Negócios noticiou a 24 de Setembro, o Plano Estratégico para o "Cluster Têxtil e Moda 2020" prevê que esta indústria chegue ao final da década a exportar cinco mil milhões de euros por ano, o que significaria "voltar ao pico" das vendas ao exterior, registado em 2001, mas agora com quase metade das vendas e dos trabalhadores.