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Donos da Oreo retocam namoro envergonhado com o mercado russo
A Mondelez é alvo de um boicote corporativo nos países nórdicos no ano passado após uma agência ucraniana nomear a empresa como "patrocinadora internacional da guerra.
A Mondelez, fabricante das bolachas Oreo, após meses de boicotes e pressão por parte de acionistas e ativistas para sair da Rússia, respondeu a estas exigências nomeando uma nova gestão para liderar o seu negócio naquele país onde também suspendeu a publicidade.
Segundo um memorando interno a que a Reuters teve acesso, o presidente para a Europa, Vince Gruber, informou os funcionários que iria nomear um novo diretor-geral para liderar o negócio na Rússia, que descreveu como uma "organização independente". Contudo, o novo diretor-geral da Rússia reporta a outro executivo que por sua vez está na dependência direta de Gruber.
Esta solução não deve acalmar os críticos da Mondelez. A empresa tem três fábricas na Rússia e continuou a vender os seus produtos, incluindo chocolate Milka, apesar da pressão dos investidores e dos boicotes que pediam a sua saída, sublinha a Reuters. "Na lei usamos a expressão 'uma distinção sem uma diferença'. Esta é uma tentativa de contornar que não tem muito significado", diz Nell Minow, especialista em governança corporativa e vice-presidente da ValueEdge Advisors.
Em resposta às perguntas da Reuters, a Mondelez disse que "a partir do final de 2023, foi criado um negócio local para operar de forma mais independente".
"Os produtos vendidos na Rússia são agora produzidos e distribuídos localmente, sem importações de produtos acabados da Europa para a Rússia ou exportações da Rússia para a Europa", adianta a empresa com sede em Chicago, Estados Unidos.
A McDonald’s, a Starbucks e outras marcas globais abandonaram a Rússia, na sequência da invasão da Ucrânia, mas os rivais da Mondelez, incluindo o fabricante da Maggi, a Nestlé, continuam a operar no país.
Logo após o ataque da Rússia à Ucrânia, a Mondelez disse que estava a reduzir o seu negócio na Rússia e a focar-se em "ofertas básicas", mas que ainda enfrentava pressão interna dos funcionários para sair.
Entretanto, um boicote corporativo à Mondelez estalou nos países nórdicos no ano passado após uma agência ucraniana nomear a empresa como "patrocinadora internacional da guerra".
A Mondelez prometeu em junho passado que faria as suas operações na Rússia "independentes, com uma cadeia de abastecimento autossuficiente antes do final do ano", mas não forneceu detalhes adicionais.