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Chairman da Martifer: “Esta pandemia fez engrossar o número de pobres, para que os já ricos ficassem ainda mais ricos”

“Ao longo de 2021, tive mais tempo para ouvir as pessoas que me rodeiam. Talvez a pandemia me tenha tornado uma pessoa diferente”, confessa Carlos Martins.

O grupo Martifer é controlado pelos irmãos Jorge e Carlos Martins (na foto) e a Mota-Engil.
19 de Abril de 2022 às 15:49
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"Para a maioria das pessoas do nosso planeta, o ano de 2021 terá sido o pior das suas vidas, um ano para esquecer", começa por escrever Carlos Martins, "chairman" da Martifer, na mensagem de abertura da última edição da revista interna do grupo.

 

Publicada pouco antes do início da invasão da Ucrânia pela Rússia, a mensagem foca-se nos efeitos da crise pandémica, com o empresário a lembrar que "o confinamento anterior veio, neste início de retoma, revelar algumas dificuldades acrescidas, nomeadamente a falta de mão-de-obra, de matérias-primas e de produtos intermédios".

 

"Isto teve como consequência linhas de produção com paragens contínuas e energia ao dobro do preço. Tudo somado, resultou uma Inflação inesperada com a qual já não estávamos habituados a lidar e, geralmente, com inflação vem a subida das taxas de juro", constata.

 

"No meio de tudo isto, o ano acabou por se revelar positivo para o grupo Martifer. Eu até diria que ficou acima das expectativas iniciais", considera Carlos Martins.

 

Ora, de acordo com as contas da Martifer, publicadas a 31 de março passado, o grupo quase duplicou os lucros em 2021 para 11,3 milhões de euros, mais cinco milhões do que no exercício anterior, com a faturação a registar um decréscimo de 20,6 milhões, para 228,7 milhões, enquanto a carteira de encomendas se fixou em 492 milhões de euros.

 

Quase quatro anos depois de ter deixado a presidência executiva da Martifer nas mãos de Pedro Duarte, ocupando desde então o cargo de "chairman" do grupo, Carlos Martins confessa: "Ao longo de 2021, tive mais tempo para ouvir as pessoas que me rodeiam. Talvez a pandemia me tenha tornado uma pessoa diferente",afirma.

 

E atira: "Como sempre, esta pandemia fez engrossar o número de pobres, para que os já ricos ficassem ainda mais ricos, tornando o mundo cada vez mais desigual, assentado numa crise de valores. Mas, na sua maioria, as pessoas estão diferentes, mais resilientes e mais solidárias", defende o empresário.

 

"O ditado diz que ‘depois da tempestade, vem a bonança’. Temos que olhar bem para aquilo que o mundo quer. A transição energética é a primeira prioridade e nós já cá estamos, quer como fabricantes de componentes de equipamentos para energia, quer no desenvolvimento de parques eólicos e fotovoltaicos, quer ainda como produtores de energia", sinaliza Carlos Martins.

 

"Nesta área temos o reconhecimento do mercado pela obra feita. Temos que aproveitar esta oportunidade com toda a força e sabedoria", conclui, considerando que a equipa da Martifer tem "razões para acreditar que 2022 será um ano muito positivo".

 

O grupo Martifer é controlado pela I’M SGPS, dos irmãos Carlos e Jorge Martins, e a Mota-Engil.

 

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