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Martifer lucra mais a faturar menos no semestre

O grupo de Oliveira de Frades fechou a primeira metade deste ano com lucros de 9,8 milhões de euros, mais quatro milhões do que há um ano, com a faturação a baixar 21,6 milhões para pouco mais de 100 milhões de euros.

Pedro Duarte, CEO da Martifer. Daniela Ferreira
25 de Agosto de 2022 às 17:07
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O grupo Martifer gerou proveitos operacionais de 103,7 milhões de euros nos primeiros seis meses deste ano, bastante abaixo dos 125,3 milhões registados no mesmo período do ano passado.

 

Um decréscimo da faturação determinado sobretudo pelo negócio da indústria naval, onde faturou apenas 32,3 milhões de euros, menos 20,2 milhões do que há um ano, enquanto na área metalomecânica as receitas baixaram meia dúzia de milhões para 61,1 milhões de euros.

 

Já no segmento das energias renováveis, as receitas atingiram os 11,2 milhões de euros, mais 4,6 milhões do que na primeira metade do ano passado, de acordo com o comunicado enviado pela empresa à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), esta quinta-feira, 25 de agosto.

Os mercados externos valeram 84% do volume de negócios total do grupo.

 

Mesmo a faturar bastante menos, o grupo de Oliveira de Frades conseguiu aumentar os lucros em 69%, para 9,8 milhões de euros, com o EBITDA (resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) a chegar aos 14,6 milhões, mais dois milhões do que há um ano.

Grande destaque para o facto de o grupo controlado pelos irmãos Carlos e Jorge Martins e a Mota-Engil continuar apostado em cortar no endividamento, com a dívida bruta a baixa 10 milhões de euros face a dezembro passado para 101 milhões de euros, enquanto a dívida líquida teve uma redução de 27 milhões para 43 milhões de euros.

Por outro lado, depois de, no final de 2020, ter voltado a atingir capitais próprios positivos, o que aconteceu pela primeira vez nos últimos cinco anos, este indicador fixou-se em 29,8 milhões de euros no final de junho passado, com o capital atribuível ao grupo de 29,4 milhões.

Já a carteira de encomendas, que atingiu os 512 milhões de euros em junho do ano passado, um ano depois fixava-se em 467 milhões de euros.

 

"Degradação das margens em contratos sem revisão de preços"

 

"Depois de dois anos fortemente marcados pela propagação do coronavírus", no ano de 2022 "tem-se verificado o desvanecimento do impacto" da pandemia de covid-19, "o que impulsionou a retoma da normalidade em termos operacionais das empresas do grupo, sem registo de grandes impactos ao nível da laboração, permitindo uma recuperação do nível da produtividade com a redução do absentismo e a retoma da normalidade ao nível das deslocações", enfatiza a empresa.

 

No entanto, "decorrente da guerra na Ucrânia tem-se verificado maiores dificuldades nas cadeias de abastecimento (logística fortemente impactada pela escassez de materiais, equipamentos, consumíveis, etc.), flutuações elevadas ao nível dos preços que tem originado muitas incertezas ao nível dos preços das matérias-primas e dos equipamentos e incertezas ao nível dos prazos de entregas", sinaliza.

 

Acresce que "também a energia tem estado sob grande pressão com os preços a atingir máximos históricos e muita incerteza quanto aos abastecimentos elétricos de vários países", sendo que "os impactos para o grupo têm-se verificado ao nível da degradação das margens em contratos sem revisão de preços, por via do aumento dos custos".

 

Mas "no primeiro semestre estes impactos foram relativamente pouco significativos", garante a Martifer.

 

 

(Notícia atualizada às 17:30)

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