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Canadá "livre" e EUA dos "velhos tempos" ajudam têxteis no arranque de 2017

As exportações da indústria têxtil e do vestuário aumentaram 6,3% em Janeiro. O destaque vai para a recuperação de vendas em vários mercados extra-comunitários, incluindo Angola.

Ricardo Castelo
13 de Março de 2017 às 13:36
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As empresas portuguesas do sector têxtil e de vestuário venderam 446 milhões de euros ao exterior no primeiro mês do ano, o que representou um crescimento de 6,3% em comparação com o período homólogo.

 

Segundo os dados coligidos pela principal associação do sector (ATP), com base nas estatísticas do comércio internacional do INE referentes a Janeiro, os segmentos em maior destaque nas exportações foram as matérias-primas têxteis (8,3%), o vestuário e acessórios (6,4%) e os têxteis-lar e outros artigos têxteis confeccionados (2,2%).

 

No entanto, a maior novidade no arranque de 2017 foi a recuperação das vendas para os mercados extra-comunitários face a Janeiro do ano passado, com uma progressão de 9%. Um ritmo superior ao verificado nos países europeus (6%) que, ainda assim, continuam a ser os de maior crescimento em termos absolutos e a ocupar nove dos dez melhores destinos para esta indústria.

 

Os Estados Unidos, que são o único "intruso" neste top 10 com uma quota de 6%, mantiveram a quinta posição e até se aproximaram do Reino Unido, que recuou 3% no primeiro mês do ano. O presidente da ATP, Paulo Melo, refere numa nota de imprensa que a maior economia do mundo "parece ter regressado aos bons velhos tempos" enquanto cliente deste sector, que em 2016 superou a barreira dos 5.000 milhões de euros na exportação.

 

Com um aumento de 6,6% nas compras, em comparação com o arranque de 2016 que tinha sido de perdas, os EUA foram, em termos absolutos, o mercado extra-comunitário com melhor desempenho. E, explicita a ATP, com a expectativa de entrada em vigor do acordo comercial (CETA), assinado em Outubro entre a União Europeia e o Canadá, também este país da América do Norte importou mais 40% à indústria têxtil e de vestuário portuguesa, que fala num "novo factor impulsionador".

 

Como o Negócios noticiou na sequência desse entendimento de liberalização do comércio, que foi negociado durante sete anos, os dois blocos acordaram a eliminação de barreiras regulatórias e também a supressão quase a 100% dos direitos aduaneiros. No caso dos produtos do têxtil-lar, como as roupas de cama, esses direitos ascendiam a 17%, como exemplificou Luísa Santos, directora de relações internacionais da BusinessEurope, a confederação do patronato europeu

 

Num mês em que até Angola "voltou aos bons resultados", com um acréscimo de quase 50% nas compras de têxteis e vestuário português, Espanha reforçou a liderança na lista dos melhores clientes: ao absorver mais 5,6 milhões de euros, para um total de 141 milhões de euros, tem agora um peso de 32% nas vendas deste sector no estrangeiro.

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