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Calçado português investe 50 milhões no “FOOTure” para ter o mundo a seus pés

O primeiro-ministro apadrinha esta sexta-feira a apresentação do “FOOTure 4.0”, que corporiza a estratégia da fileira portuguesa do calçado para se tornar líder mundial na relação com os clientes, através da sofisticação do produto, da resposta rápida e ao nível de serviço.

09 de Março de 2018 às 12:27
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No âmbito do "Roteiro para a Inovação", o primeiro-ministro, António Costa, visita esta sexta-feira, 9 de Março, o Centro Tecnológico do Calçado de Portugal (CTPC), em São João da Madeira, onde a associação empresarial do sector (APICCAPS) vai apresentar o projecto "FOOTure 4.0".

 

Trata-se de uma espécie de "roteiro para a economia digital" da indústria portuguesa de calçado, onde pretende investir cerca de 50 milhões de euros até 2020.

 

Missão: "O ‘FOOTure 4.0’ tem como grande visão que o cluster português do calçado seja líder mundial na relação com os clientes, através da sofisticação do produto, da resposta rápida e ao nível de serviço", avança a APICCAPS.

 

"Queremos ser a referência internacional desta indústria, pela sofisticação e pela criatividade, reforçando as exportações portuguesas alicerçadas numa base produtiva nacional, sustentável e altamente competitiva, fundada no conhecimento e na inovação", sustenta Luís Onofre, presidente da associação.

Para concretizar essa visão, a APICCAPS e o CTCP criaram "um novo ecossistema", envolvendo mais de 70 entidades, entre empresas, start ups, universidades, centros de inteligência e entidades do sistema cientifico e tecnológico.

 

O FOOTure 4.0 definiu 14 medidas, que se integram em quatro prioridades estratégicas: "Criar formas de interacção com o cliente num contexto digital e em rede; melhorar a flexibilidade, tempo de resposta ao cliente, inteligência de negócios e sustentabilidade; qualificar o sector para a Indústria 4.0, tonando-o mais dinâmico, inovador e capaz de criar novos negócios; e melhorar a inteligência e imagem do sector."

 

Dos 50 milhões de euros, a indústria portuguesa de calçado já tem 12 milhões em marcha, metade dos quais está alocado ao projecto "Famest", que é promovido por um consórcio de 23 empresas de toda a cadeia de valor do sector (couros, palmilhas, solas, produtos químicos, "software", equipamentos, logística e calçado) liderado pelo grupo Kyaia, o maior fabricante português de calçado, e nove entidades de I&D.

 

O projecto propõe-se, entre outros objectivos, "inovar ao nível do 'design' e produtos, materiais e componentes, bens de equipamento e processos, modelos de negócio e economia digital".

 

No quadro do lançamento do "FOOTure 4.0", o primeiro-ministro assistirá ainda à apresentação de uma mão cheia de empresas da nova geração, como a Skypro, "a primeira marca global de calçado para companhias aéreas e de ‘ground handling’", e a Olives, "uma marca ‘eco-friendly’ que desenvolve um novo produto, não existente no mercado, onde é utilizado pela primeira vez o feltro como matéria-prima de alta qualidade".

 

Desde o início desta década, foram criadas 386 novas empresas de calçado em Portugal, o que representa um crescimento de 24% para as actuais 1.984.

 

No ano passado, Portugal exportou 83 milhões de pares de calçado, no valor de 1,965 mil milhões de euros, o que traduz um aumento de 2,8% face ao ano anterior. Tratou-se de um novo máximo histórico, tendo registado um crescimento das vendas ao exterior pelo oitavo ano consecutivo.  

Portugal vende sapatos para mais de 150 países nos cinco continentes.

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