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Apesar do primeiro desmentido, a Carlyle vai mesmo entrar na Logoplaste

O fundo americano Carlyle acordou uma parceria que dá metade do capital da produtora de plásticos rígidos que estão à volta de vários produtos domésticos. Não há valores do negócio.

Bruno Simão/Negócios
27 de Junho de 2016 às 14:53
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"Nego que esteja em curso qualquer operação de alienação de capital da Logoplaste". "Estamos satisfeitos por entrar numa parceria com o grupo Carlyle para apoiar os planos de crescimento global da Logoplaste".

 

Apesar do sentido distinto, as frases foram ditas por Filipe de Botton (na foto), co-presidente executivo da empresa de plásticos rígidos: a primeira ao Expresso na semana passada; a segunda no comunicado oficial em que se confirma que a americana Carlyle passa a accionista da empresa que fabrica os plásticos de champôs, garrafas e manteigas.

 

"O grupo Carlyle anunciou hoje [27 de Junho] ter chegado a um acordo de parceria com o negócio familiar Logopaste para apoiar o continuado crescimento da empresa. O acordo reforça a robustez financeira da Logoplaste e aumenta a sua capacidade de investimento", indica o comunicado do grupo americano cujo título indica que "o investimento vai promover um maior crescimento e dinamizar a expansão internacional nos EUA e na Europa".

 

Na semana passada, já tinham sido noticiadas negociações para aumentar o capital da empresa. No comunicado de hoje, não há referências às posições percentuais mas Filipe de Botton confessou à Reuters que a Carlyle fica com 50% da Logoplaste, permanecendo os actuais accionistas com o restante capital.

 

"Espera-se que a transacção fique concluída no terceiro trimestre de 2016", antecipa o fundo americano, que aguarda agora aprovações regulatórias para entrar na empresa portuguesa que tem 60 fábricas por 16 países com destaque para Portugal e Brasil (neste último mercadi, o presidente executivo admitiu que a sociedade destruiu valor).

 

Do lado da Logoplaste, que foi assessorada pelo Credit Suisse e pela PLMJ, Filipe de Botton refere no comunicado que a "presença e a experiência" globais da Carlyle vão ser positivas para a empresa. Uma indicação também avançada pelo grupo americano, pela voz do director delegado Alex Wagenberg, que acredita que a sua competência poderá ajudar a empresa nacional a "crescer nos negócios internacionais". Foram o Barclays e a Linklaters a assessorar financeira e juridicamente o grupo Carlyle na operação.

 

O El Economista noticiou na semana passada a operação mas Botton logo negou ao Expresso. Depois, admitiu que afinal estava interessada em "abrir o capital a vários accionistas". O objectivo da operação, disse então, é aumentar a produção e investir em novas unidades. 

Não há, no comunicado, a indicação de qualquer valor do negócio embora o jornal espanhol tenha já noticiado que a Carlyle avaliou a empresa portuguesa em 660 milhões de euros. 

Ainda não foi possível obter resposta a várias questões colocadas pelo Negócios nomeadamente sobre o montante do investimento e o motivo pelo qual foram avançadas informações contraditórias sobre a operação. 

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