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Salão do Imobiliário e do Turismo Português em Paris com recorde de 200 expositores
A 6.ª edição do Salão do Imobiliário e do Turismo Português, que se vai realizar de 12 a 14 de maio, no Parque de Exposições da Porta de Versalhes, em Paris, vai ter um número recorde de 200 expositores.
"Vamos ter 200 expositores, ou seja, nunca tivemos tantos expositores como este ano. É um recorde. Vamos ter promotores imobiliários, conselheiros jurídicos e fiscais, notários, bancos, companhias de seguros, tudo o que está ligado ao serviço à pessoa e vamos ter muitos municípios com a vertente turística, gastronómica, imobiliária e empresarial", explicou Carlos Vinhas Pereira, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa (CCIFP).
O presidente da CCIFP, que desde 2012 organiza o salão, acrescentou que este ano vai haver "uma aldeia gastronómica" portuguesa e que a organização espera "ultrapassar os 20 mil visitantes", o que "também seria um recorde", depois de, no ano passado, 17.255 pessoas terem visitado a feira.
De acordo com Carlos Vinhas Pereira, desde a primeira edição, em 2012, o Salão do Imobiliário e Turismo Português em Paris foi responsável por "um volume de vendas imobiliárias de 1.100 milhões de euros" e, este ano, espera "ultrapassar os 1.500 milhões de euros".
O responsável acrescentou que "hoje em dia está-se a atingir o número de 50.000 franceses instalados em Portugal" e, ainda que "não se possa dizer que vieram todos do salão", Carlos Vinhas Pereira considerou que "mais de 60 ou 70% são oriundos dos salões, 'roadshows' e divulgação de informação" da Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa.
"Portugal continua na moda, aliás, já não podemos usar o termo moda porque geralmente a moda desaparece. Estamos a ter alicerces muito sólidos, a dizer que Portugal tem futuro para estas pessoas que acham que podem ter uma vida melhor em Portugal, tanto em termos fiscais como em termos de viver no dia-a-dia", justificou.
O empresário acrescentou que se está "a atingir um período de consolidação", sendo Portugal um destino privilegiado para muitos franceses que "querem continuar a vida profissional ou ter uma nova vida como jovem reformado".
Os trunfos de Portugal são "o aumento do poder de compra, a segurança, a qualidade de vida, a simpatia dos portugueses, a cultura e a proximidade" geográfica, além das vantagens fiscais facultadas pelo estatuto do residente não habitual.
Para os reformados do sector privado, por exemplo, o estatuto permite uma isenção fiscal durante dez anos, desde que prove que reside em Portugal 183 dias por ano e que não teve residência fiscal no país nos últimos cinco anos.
Além dos reformados, o salão pretende atrair activos dispostos a investir e a mudarem-se para Portugal, porque "é um destino para poder criar uma 'startup' [empresa em início de actividade com rápido potencial de crescimento] ou uma empresa ligada ao turismo", por exemplo.
Segundo o estatuto do residente não habitual, as actividades consideradas de "elevado valor acrescentado, com carácter científico, artístico ou técnico", como arquitectos, artistas, médicos, investidores, quadros superiores de empresas e profissões liberais, são tributadas à taxa de 20% pelos rendimentos gerados em Portugal.
"A vantagem é ter um montante máximo de tributação fixado a 20%. Por exemplo, um arquitecto ou um advogado que aqui em França paga mais de 50% de impostos, em Portugal vai ter um montante máximo a pagar de 20% do que ele ganha", explicou.
De acordo com dados da CCIFP, quase 8% dos franceses que se instalam em Portugal querem criar uma empresa, nomeadamente no sector turístico, e muitos apostam na gastronomia francesa com a criação de restaurantes, cafés ou das famosas "boulangeries" (pastelarias).
Em Setembro, a CCIFP vai organizar, também, um 'roadshow' do turismo e do imobiliário nas cidades de Bordéus, Nice e Lyon.
De acordo com as estimativas da Câmara de Comércio, "as aquisições de franceses representam 39% das transacções imobiliárias realizadas por estrangeiros em Portugal" e o investimento médio dos franceses no país situa-se entre 150.000 e 350.000 euros.