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Residência italiana onde morou a irmã de Napoleão está à venda
Após a derrota de Napoleão na Batalha de Waterloo, os seus irmãos ficaram numa situação difícil. Cada um - eram sete - tinha sido elevado à nobreza europeia pelo irmão ilustre e todos eles, cada um à sua maneira, de repente se tornaram “personae non gratae” na maior parte da Europa.
Pauline, a irmã mais nova de Napoleão, que se casou com o príncipe italiano Camillo Borghese, morou por um tempo no palácio Borghese, em Roma, e depois, miserável, começou a procurar um lugar mais apropriado para passar os seus últimos anos em relativa obscuridade.
Finalmente instalou-se numa vila italiana do século XVIII (que tinha sido um alojamento de caça) em Lucca, Itália, comprando a casa mobilada. Morou lá até à sua morte, em 1825.
A residência passou por inúmeras mãos - sempre sendo vendida mobiliada - até acabar nas mãos de um italiano que teve uma série de esposas americanas ricas (a primeira morreu, assim como a segunda) que pagaram grandes reformas nas décadas de 1920 e 1930.
Na década de 1960, porém, o dinheiro do viúvo começou a minguar, "então vendeu a casa aos meus sogros", disse Clare Mahon Pardini, escritora americana que entrou na família italiana Pardini quando se casou, na década de 1980.
Os membros mais velhos da família Pardini reformaram a vila e transformaram a "limonaia" (uma estufa para plantas cítricas) numa casa de hóspedes. Os restantes membros da família cresceram na propriedade, morando em diferentes alas da casa. Mas agora, que a terceira geração se mudou e o patriarca morreu, chegou a hora de vender, revela Pardini. A família colocou a vila no mercado com a Italy Sotheby’s International Realty por 8 milhões de euros.
Sinais de Pauline
Embora a casa tenha tido diversos proprietários, ainda existem sinais da nobre proprietária no lugar. "Há afrescos dourados de estilo império no salão principal", revela Pardini. E também mostra um P e um B (monograma de Pauline) em prata de lei nas portas daquele que foi o quarto dela.
A casa principal, com forma de ferradura, tem mais de 1.485 metros quadrados, com sete quartos e 10 casas de banho.
Há áreas comuns em ambas as alas e no centro fica um grande salão, uma biblioteca e uma sala de jantar.
O exterior da casa é adornado com estátuas de mármore e uma grande escadaria dupla e a parte de trás tem vista para um espelho de água de mais de 40 metros de comprimento. A "limonaia" foi reformada e agora tem duas suítes privadas, além de residência para empregados. Ambos os edifícios têm os seus próprios jardins italianos formais, repletos de fontes.
A propriedade, que é cercada por um muro de pedra, ocupa cerca de 12 hectares. Juntamente com os dois edifícios residenciais principais, o terreno conta com uma casa, estábulos e dependências - alguma vez teve uma granja auto-sustentável - incluindo uma estufa de vidro e, no ponto mais alto da propriedade, um pavilhão de ferro forjado do século XIX com piso de mosaico.
A casa, atrás de um portão imponente, fica a uma distância curta do histórico distrito de Lucca, famoso pelas muralhas intactas da cidade e pela Torre Guinigi, uma maravilha românica-gótica com um jardim de carvalhos no topo. "Estamos a dois segundos da cidade, mas numa área totalmente privada e isolada", salienta Pardini. "Sente-se que está no campo, sem as desvantagens de estar no campo."