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Preços de venda e rendas das casas deverão cair em 2021

A CBRE prevê uma queda "ligeira" dos preços de venda das casas, "mais acentuada no produto de segunda mão". Já as rendas deverão manter a tendência de queda verificada em 2020, embora de forma menos expressiva este ano.

O ritmo de crescimento dos preços de venda das casas em Portugal continuou a desacelerar no terceiro trimestre de 2020.
João Miguel Rodrigues
11 de Fevereiro de 2021 às 12:34
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Depois de um ano em que o setor imobiliário se mostrou "resiliente" ao impacto da pandemia, os preços de venda das casas deverão cair ligeiramente em 2021, enquanto as rendas vão manter a tendência de redução já verificada em 2020, embora de forma menos acentuada. As previsões são da CBRE e constam do relatório "Tendências do Mercado Imobiliário 2021", publicado esta quinta-feira, 11 de fevereiro.

"O setor residencial revelou-se resiliente em 2020. Apesar da pandemia e ao contrário das expectativas de muitos consumidores, não se verificou, ao longo de 2020, uma descida nos preços de venda de habitação. Inclusivamente, verificou-se uma pequena subida, sustentada por um acréscimo significativo no primeiro trimestre do ano e ligeiras variações no seguintes", começa por referir a consultora imobiliária.

Ao todo, em 2020, as estimativas apontam para que tenham sido vendidas 165 mil casas em Portugal, o que corresponde a uma queda "inferior a 10%" face a 2019. Apesar desta quebra, graças à subida de preços, "o volume de vendas foi equivalente ao registado em 2019", aponta a CBRE.

A impulsionar os preços esteve ainda a falta de oferta de casas novas, uma tendência já antiga que se manteve em 2020, apesar de ter sido registada uma evolução neste aspeto. "Apesar de o número de fogos novos concluídos em 2020 ter aumentado significativamente em relação ao ano anterior, mais 25% em Portugal e 44% na Grande Lisboa (dados acumulados até setembro), o volume de oferta é ainda reduzido. Efetivamente, mantém-se a queixa crescente por parte dos promotores imobiliários em relação à falta de expediente das câmaras municipais, a qual foi agravada nesta época de pandemia", sublinha o relatório.

Por outro lado, as taxas de juro continuam em níveis historicamente baixos e a banca mostra-se disponível para manter "uma política de crédito hipotecário ativa em 2021, embora talvez com cuidados redobrados na análise da capacidade de reembolso dos clientes, o que vai continuar a impulsionar a compra de habitação".

Assim, prevê a CBRE, "os principais fatores que em 2020 contribuíram para uma relativa estabilidade no mercado de venda de habitação deverão prevalecer em 2021".

Contudo, o desempenho deste mercado estará dependente da evolução da pandemia e do impacto desta sobre a economia, pelo que os preços de venda deverão registar uma queda ligeira.

"A manutenção das moratórias bancárias enquanto não se iniciar uma recuperação consistente da atividade económica é da maior relevância para a estabilidade do setor. Embora neste contexto seja muito difícil fazer previsões, apontamos para níveis de transação idênticos aos de 2020, isto é, cerca de 165 mil casas vendidas. Em termos de preços, poderemos assistir a uma ligeira queda, que deverá ser mais acentuada no produto de segunda mão", antecipa a CBRE.

Quanto ao mercado de arrendamento habitacional, a consultora lembra que as rendas diminuíram "significativamente em 2020", com quedas superiores a 20% em algumas zonas, "devido à transferência de um elevado número de casas que estavam em alojamento local para o arrendamento tradicional de médio e longo prazo".

Uma vez que não se prevê que a pandemia seja controlada antes do final do primeiro semestre deste ano, o turismo continuará a ser fortemente pressionado, assim como o rendimento das famílias. Neste contexto, a CBRE prevê "uma redução das rendas, embora muito menos acentuada do que a verificada em 2020".
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