Notícia
Preço das casas aumenta 8% e vendas disparam para recorde
O forte aumento das vendas de habitações em Portugal continua a alimentar o crescimento dos preços das casas. No segundo trimestre os preços subiram 8%.
O aumento dos preços das casas acelerou no segundo trimestre, num período em que as vendas de habitações dispararam 16,1%, revelou o Instituto Nacional de Estatística esta quarta-feira, 20 de Setembro.
O Índice de Preços da Habitação (IPHab) aumentou 8% no segundo trimestre, face ao mesmo período do ano passado, o que representa uma ligeira aceleração no aumento face ao registado no primeiro trimestre (7,9%), e constitui um novo aumento recorde. Na comparação em cadeia (segundo trimestre deste ano face aos três meses anteriores), os preços aumentaram 3,2%.
Desde o quarto trimestre de 2013 que as taxas de variação homóloga dos preços das casas em Portugal é positiva. O aumento tem vindo a acelerar, sendo que desde o arranque do ano passado que a subida dos preços é sempre acima de 6%.
Este relatório do INE confirma assim que o mercado imobiliário português está a viver um bom momento, com a subida dos preços a ser acompanhada de um forte aumento da procura.
No segundo trimestre foram vendidas 36.886 habitações, o que representa um aumento de 16,1% face ao mesmo período do ano passado e 4,9% contra os primeiros três meses deste ano. Foi o quinto trimestre consecutivo em que foram vendidas mais de 30 mil casas. Em 2012 e 2014 foram vários os trimestres em que foram vendidas menos de 20 mil casas.
Segundo o INE, o valor das vendas foi aproximadamente de 4,6 mil milhões de euros, dos quais 3,7 mil milhões respeitaram a alojamentos existentes.
Vendas recorde
O INE explica que a subida dos preços das casas é justificada "pela aceleração dos preços dos alojamentos novos", que registaram uma subida de 5,4%, atingindo o valor mais elevado desde o terceiro trimestre de 2014. Em sentido inverso, os preços das casas em segunda-mão cresceram de forma menos acentuada (8,9% no segundo trimestre e 9,2% no primeiro trimestre), o que acontece pela primeira vez desde o último trimestre de 2015.
Nas vendas também se verifica a mesma tendência, pois o aumento das vendas de casas existentes é mais elevado mas está abrandar, enquanto as vendas de casas novas está a acelerar. Uma tendência que mostra um abrandamento no mercado de casas em segunda-mão devido à menor oferta disponível, por contrapartida com uma maior oferta de casas novas, que nos últimos anos quase estagnou devido à crise que atingiu o mercado imobiliário.
Certo é que o mercado está agora em franca recuperação, com o INE a assinalar que no período entre Abril e Junho foi o terceiro trimestre consecutivo em que o número de vendas trimestrais atingiu um recorde. Foram vendidas mais 5.118 habitações do que no segundo trimestre do ano anterior.
Apesar do menor crescimento, as transacções de alojamentos continuam a representar a grande fatia do mercado. Foram vendidas 31.150 casas em segunda-mão, o que representa um aumento homólogo de 18,3%, a taxa de variação mais baixa desde o último trimestre de 2014. As casas novas foram responsáveis por 15,6% do número total de transacções, quase duplicaram o ritmo de crescimento (5,5% no segundo trimestre e 2,9% no primeiro trimestre de 2017).
No relatório do INE há ainda outro sinal de vitalidade do mercado imobiliário. É que o valor das vendas está a aumentar de forma mais célere do que o número de transacções. O valor dos alojamentos transaccionados atingiu aproximadamente 4,6 mil milhões de euros, traduzindo-se num aumento de 23,3%, em termos homólogos e de 6,3% por comparação com o trimestre precedente.