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Operadores esperam recuperação nos preços das casas em 14 meses pós-covid

Contudo, o cenário presente não é tão animador. "Em geral, os resultados do PHMS de março de 2020 apontam para uma deterioração abrupta no sentimento dos operadores", diz a Confidencial Imobiliário.

Os encargos com habitação pesam hoje mais no rendimento das famílias portuguesas do que em 2010.
Sérgio Lemos
13 de Abril de 2020 às 15:44
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Os operadores do mercado residencial estão confiantes que, assim que o surto de covid-19 esteja controlado, baste pouco mais de um ano para os preços do imobiliário voltarem ao nível pré-crise. Contudo, para já, revelam fortes quebras na procura e nas vendas.

Estas conclusões são avançadas pela Confidencial Imobiliário e pelo Royal Institution of Chartered Surveyors com base no inquérito que lançam mensalmente, o Portuguese Housing Market Survey (PHMS), relativo a março. Ainda numa nota positiva, as vendas devem demorar cerca de 12 meses a regressar as níveis pré-crise, indica o mesmo inquérito.

Contudo, o cenário presente não é tão animador. "Em geral, os resultados do PHMS de março de 2020 apontam para uma deterioração abrupta no sentimento dos operadores", diz a Confidencial Imobiliário.

Para o indicador de procura, que avalia as consultas por novos compradores, a maioria dos operadores reportam uma quebra, após dois meses de subidas consecutivas. O cenário de declínio é comum a todas as regiões cobertas pelo inquérito (Lisboa, Porto e Algarve). No que toca às vendas, o inquérito mostra um saldo líquido de -52% dos respondentes a notar um declínio.

No curto-prazo, antevendo que as medidas de distanciamento social se mantenham nos próximos meses, as expetativas de vendas "estão agora firmemente em território negativo, com um saldo líquido de -71% dos inquiridos a esperar que os níveis de transações caiam".

Os preços já abrandaram 18% em março, de acordo com estas estimativas, e as expetativas são de declínio nos próximos 3 a 12 meses. No próximo ano, os preços em Portugal devem reduzir um pouco mais de 7%.

Já o mercado de arrendamento conta a primeira leitura negativa desde 2014, mostrando um recuo de 37%. Os inquilinos antecipam uma queda das rendas no curto-prazo.

O diretor da Confidencial Imobiliário, Ricardo Guimarães, relembra que já antes desta crise o mercado estava a desacelerar, motivado "pelas alterações legais aos regimes dos Residentes Não-Habituais e dos Vistos Gold" e acrescenta que "há uma perceção global de que a retoma irá depender muito da extensão que esta crise terá na economia e do impacto no rendimento das famílias e na disponibilidade das empresas em voltar a investir".

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