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Mediadores querem "desconfinar" visitas presenciais a imóveis
Mais de três mil operadores contestam as restrições impostas ao setor imobiliário durante o confinamento, notando que é “absolutamente residual” a venda e arrendamento de imóveis com recurso exclusivo a visitas virtuais.
A associação profissional representativa dos mediadores e angariadores imobiliários em Portugal (APEMIP) quer enquadrar esta atividade num "regime de exceção" que permita aos mediadores imobiliários agendarem visitas presenciais a imóveis durante o período de confinamento provocado pela covid-19.
Numa carta aberta dirigida ao Presidente da República, ao primeiro-ministro e ao ministro da Economia, os mais de três mil subscritores referem que esta "classe está absolutamente desprotegida"nesta fase da pandemia e que as restrições em vigor desde 15 de janeiro são "um convite à mediação ilegal e à fragilidade dos cidadãos".
"O setor não está a pedir esmolas ao Governo, mas que nos deixe trabalhar, cumprindo todas as regras e garantindo a segurança dos agentes e dos clientes. Considerando que a venda e arrendamento de imóveis com recurso exclusivo a visitas virtuais é absolutamente residual, esta fileira está não só impedida de desenvolver a sua atividade, como o seu CAE não está integrado" no programa Apoiar, critica o presidente da APEMIP, Luís Lima.
Nas contas desta entidade, feitas numa nota à imprensa divulgada esta segunda-feira, 1 de fevereiro, cerca de 40 mil pessoas dependem diretamente deste setor. E 19 dos 26 mil milhões de euros de investimento imobiliário registado em 2019 foram garantidos por mediadores imobiliários.
Ora, acrescenta Luís Lima, "uma classe que representa este tipo de valores e que já demonstrou ser essencial na promoção da dinamização económica nacional merece outro tipo de reconhecimento num período como este".
Em 2020, o número de operações e o volume total transacionado caíram, mas as consultoras ouvidas pelo Negócios destacaram a resiliência dos preços e consideram que o ano foi positivo. O maior impacto da pandemia foi sobre o perfil dos investidores, com os nacionais a quase duplicarem o peso e a responderem por mais de um quinto do total transacionado no imobiliário comercial.