(Nota: Clique em cada concelho para ver a evolução dos preços nos últimos trimestres. Se está a ver esta notícia na aplicação clique aqui)
Os preços da habitação em Portugal atingiram um novo recorde em 2019, mas a pandemia da covid-19 deverá colocar um travão no setor imobiliário, que também não deverá escapar ao impacto da recessão económica a nível global.
Os dados revelados pelo INE esta semana mostram que quarto trimestre o preço mediano das casas vendidas em Portugal fixou-se em 1.081 euros por metro quadrado, valor que representa uma subida homóloga de 8,5%, a mais expressiva desde que esta série estatística foi iniciada.
O INE assinala que os dados do quarto trimestre ainda não refletem o impacto da pandemia do coronavírus no mercado habitacional, pelo que poderão "distanciar-se das condições e tendências mais atuais do mercado". Ainda assim, ressalva, "são relevantes para estabelecer um ponto de partida para avaliar o impacto da pandemia".
Como é visível no mapa em cima, é no litoral que estão os concelhos com as casas mais caras, sobretudo nas zonas em redor de Lisboa e Porto, bem como no Algarve.
Lisboa mantém-se como a cidade mais cara do país, com um valor mediano de 3.247 euros por metro quadrado, o equivalente a uma subida de 7,87% em relação ao quarto trimestre de 2018. Os preços de Lisboa continuam a ser três vezes mais elevados do que a mediana nacional.
Já no Porto, o valor mediano fixou-se em 1.837 euros por metro quadrado no final do ano passado, uma subida de quase 14% em relação a 2018 e de 1,9% face ao terceiro trimestre do ano passado.
O INE identificou 45 municípios onde os preços ficaram acima da mediana nacional, a maioria dos quais no Algarve e na Área Metropolitana de Lisboa.
Já os preços mais baixos foram registados no Alto Alentejo, Beiras e Serra da Estrela e no Baixo Alentejo.
Considerando apenas as cidades com mais de 100 mil habitantes, todas registaram um aumento dos preços. A Amadora apresentou a maior subida homóloga, superior a 20%, seguindo-se Vila Nova de Gaia, com um crescimento de 19%, e Braga, onde os preços aumentaram 17,8%. Braga foi, ainda assim, a única cidade com mais de 100 mil habitantes que registou um preço (de 946 euros por metro quadrado) inferior ao valor nacional.