Os bancos continuam a elevar o valor a que avaliam as habitações, no âmbito da concessão de crédito à habitação. A nível nacional o preço médio por metro quadrado, em fevereiro, aumentou em 13 euros, ou 1,06% face ao mês anterior.
O valor médio da avaliação bancária de habitações está agora nos 1.239 euros por metro quadrado a nível nacional, o que corresponde ao valor mais elevado desde o primeiro trimestre de 2007.
Mas o relatório publicado pelo Instituto Nacional de Estatística esta semana mostra que a tendência em várias dos centros urbanos (com mais de 100 mil habitantes) já não é de subida, sendo este mais um sinal de travagem no forte aumento dos preços das casas em Portugal.
Na cidade de Lisboa os bancos avaliaram as habitações a um preço médio de 2.168 euros por metro quadrado (ver mapa em cima), o que representa uma queda de 1% face ao registado no mês anterior. Fevereiro foi mesmo o segundo mês consecutivo de descida no preço médio, que está agora mais de 2% abaixo do pico atingido em julho de 2018 (2.216 euros). Na variação contra fevereiro do ano passado os preços subiram apenas 0,2%, o que compara com a média nacional próxima dos 7%.
Os dados do INE permitem perceber que os bancos estão a cortar de forma mais pronunciada nas avaliações das habitações mais baratas (-1,9%), sendo que nas mais caras a tendência também é de descida (-0,5%).
Lisboa não é a única cidade do distrito onde se verifica uma descida da avaliação dos bancos. Em Oeiras o preço médio também desceu pelo segundo mês consecutivo, situando-se agora nos 2.057 euros por metro quadrado. Trata-se de uma queda de 1,4% face a janeiro, sendo que também aqui a descida mais significativa acontece nas casas mais baratas (-4,4%).
Cascais quase a apanhar Lisboa
Cascais é o terceiro município urbano do distrito de Lisboa com preços médios acima dos 2.000 euros por metro quadrado, mas neste caso os valores continuam a aumentar (2% face a janeiro), tendo mesmo sido atingido um novo recorde nos 2.142 euros.
Cascais está assim muito perto de roubar a Lisboa o estatuto de cidade com as casas mais caras, tendo em conta a avaliação dos bancos. A distância está apenas em 26 euros por metro quadrado, quando em fevereiro do ano passado se situava em 268 euros.
Entre os municípios com mais de 100 mil habitantes (que o INE classifica como centros urbanos), a avaliação bancária das casas também recuou em Almada, Barcelos, Leiria e Maia. Mas a tendência predominante continua a ser de aumentos entre fevereiro e janeiro, com subidas de 0,8% no Porto (1.892 euros). Na segunda maior cidade do país os preços aumentaram pelo 11.º mês consecutivo.
Algarve é a região mais cara
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Apesar da descida sentida na cidade, na região da Grande Lisboa a tendência continua a ser de subida acentuada nos preços e a nível nacional o aumento mensal de 1,06% registado em fevereiro é o mais pronunciado desde setembro de 2017. Em termos homólogos será preciso recuar até ao segundo trimestre de 2004 para se observar um aumento mais acentuado do que o verificado em fevereiro (6,81%).
O preço médio nacional está em níveis históricos mas, trantando-se de uma média, há regiões com valores bem mais elevados e outras mais baixos. O Algarve é o líder, com o preço médio do metro quadrado a atingir os 1.642 euros, mais 403 euros do que a média nacional. Segue-se a área metropolitana de Lisboa, onde o preço médio aumentou para 1.521 euros.
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