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Investimento no setor imobiliário comercial aumentou 36% em 2022

O aumento da transação de escritórios e hotéis foi o motor de crescimento do setor, segundo a Prime Yield. Para 2023, a consultora antecipa um arrefecimento da atividade imobiliária.

Em 2022, o investimento em imobiliário de logística, retalho, hotelaria e escritórios ultrapassou os três mil milhões de euros.
Maxim Shemetov/Reuters
15 de Fevereiro de 2023 às 13:11
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No ano passado, o investimento em imóveis no segmento comercial somou mais de 3 mil milhões de euros nas cidades de Lisboa e Porto, um aumento de 36%. Já na habitação, os dados da Prime Yield apontam para um aumento de 10% do montante investido. Números que acompanham a tendência de alta que o setor tem registado nos últimos anos. Porém, a consultora antecipa que o atual clima económico deverá travar as fortes subidas que se têm registado.


No investimento em imobiliário comercial, o crescimento registado nas transações foi  liderado pelos ativos de escritórios (quota de 33% no montante investido) e pelos hotéis (30%), com destaque ainda para o imobiliário de retalho (20% do total), de acordo com a edição de 2023 do "Guia de Investimento para SOCIMIs e SIGIs" da Prime Yield, no qual apresenta um balanço do desempenho dos mercados imobiliários português e espanhol em 2022, tendo em conta o desempenho nas cidades de Lisboa e Porto, no caso de Portugal, Madrid e Barcelona, de Espanha.


Na habitação, no mercado nacional, a consultora antecipa um volume de fogos vendidos alinhado com o ano anterior, que ficou em 166.000 unidades, embora num crescimento expectável de pelo menos 10% no montante transacionado dado o aumento do preço das casas. 


Nos escritórios, detalha ainda que "a ocupação teve um bom ano no Porto, com cerca de 57.000 m2 ocupados, e rompeu barreiras em Lisboa, onde o take-up anual ascendeu a mais de 270.000 m2".

 

"O comportamento do mercado imobiliário português em 2022 foi novamente muito positivo, refletindo a robustez de um setor que continua a ser um motor da economia", começa por comentar Nelson Rêgo, CEO da Prime Yield. Além disso, o "facto de continuar a existir crescimento no investimento e de se atingirem níveis recorde nas vendas de habitação e na ocupação de escritórios já num contexto de agravamento das condições macroeconómicas é bem demonstrativo da resiliência deste mercado e da sua atratividade internacional", acrescentou.

 

Contudo, face às perspetivas de uma nova deterioração no contexto económico em 2023, a consultora prevê um arrefecimento da atividade imobiliária este ano. No que toca  ao investimento em imobiliário comercial, estima um volume de transações na ordem dos 2,5 mil milhões, montante em linha com a média anual desde 2015. "A concretizar-se, tal volume apresenta uma redução de 17% face a 2022, quando foram transacionados 3 mil milhões, e de -29% face a 2018, o melhor ano de que há registo, quando o investimento neste tipo de imobiliário em Portugal ascendeu a 3,5 mil milhões".

 

De acordo com a Prime Yield, é inevitável que a atividade de investimento imobiliário comercial abrande no contexto do contínuo aumento das taxas de juro, sendo este um fator que incrementa o custo do financiamento e que terá impacto no valor dos imóveis. Além disso, depois de cerca de cinco anos com volumes anuais próximos na ordem dos 3 mil milhões, é de esperar uma natural contração do mercado, "ainda mais num contexto em que há escassez de produto prime para aquisição em segmentos como os escritórios ou a logística, especialmente", segundo o mesmo estudo. 

 

"Ainda que possamos esperar um ritmo menos acelerado no incremento das taxas de juro devido à subida mais suave da inflação, a expectativa é de que os juros continuem a aumentar este ano. Isso vai ter um impacto direto no investimento imobiliário, pois aumenta o custo de capital e o custo de financiamento, levando naturalmente a um aumento das yields exigidas", sublinhou o CEO da Prime Yield. "Este é um fator determinante para que a atividade não prossiga com a trajetória de aceleração dos últimos anos. É expectável, assim, uma cautela acrescida dos investidores, ainda para mais numa conjuntura que é supranacional e afeta toda a Europa", concluiu.
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