Notícia
Total invoca "força maior" para suspender projeto de 20 mil milhões em Cabo Delgado
A petrolífera francesa Total disse esta segunda-feira à Lusa que o projeto de gás em Moçambique não foi cancelado, mas sim suspenso até que as condições de segurança permitam o reinício dos trabalhos na província de Afungi.
26 de Abril de 2021 às 12:57
"No ambiente atual, a Total não pode continuar a operar na província de Cabo Delgado de maneira segura e eficiente, por isso todo o pessoal do projeto foi retirado do local e não voltará até que as condições o permitam", disse fonte da petrolífera francesa em resposta à Lusa.
"A Total continua comprometida com Moçambique e com o desenvolvimento do projeto da Área 1 quando as condições o permitirem, e continuará a acompanhar a evolução da situação com grande atenção, em estreito contacto com as autoridades", disse a porta-voz da empresa, quando questionada sobre se a declaração de "força maior" implica a suspensão ou o cancelamento do projeto.
Anastasia Zhivulina referiu que "a 'força maior' foi declarada porque a Total é incapaz de cumprir as suas obrigações em resultado da severa deterioração da situação de segurança em Cabo Delgado, um assunto que está completamente fora do controlo da Total", acrescentando que o projeto está suspenso, e não cancelado.
As declarações à Lusa a partir de Paris, a sede da empresa, surgem horas depois de a petrolífera ter justificado com motivos de "força maior" a retirada de todo o pessoal do norte de Moçambique, após o agravamento da violência armada de rebeldes, com o ataque a Palma, em 24 de março, junto ao projeto de gás.
Avaliado em 20 mil milhões de euros, trata-se do maior investimento privado em curso em África.
"Considerando a evolução da situação de segurança no norte da província de Cabo Delgado, em Moçambique, a Total confirma a retirada de todo o pessoal do projeto Moçambique LNG do local de Afungi. Esta situação leva a Total, como operadora do projeto Moçambique LNG, a declarar força maior", lê-se em comunicado.
"A Total expressa a sua solidariedade para com o governo e povo de Moçambique e deseja que as ações desenvolvidas" pelo país e parceiros "permitam o restabelecimento da segurança e estabilidade na província de Cabo Delgado de forma sustentada".
É a primeira vez que a petrolífera recorre ao conceito de 'force majeure' usado em direito para justificar o incumprimento de determinadas obrigações com fatores externos.
Uma semana depois do ataque de 24 de março contra a sede de distrito de Palma, a petrolífera retirou todo o pessoal e abandonou por tempo indeterminado o recinto do projeto de gás na península de Afungi, seis quilómetros a sul da vila.
O projeto tinha até agora início de produção previsto para 2024 e é nele que estão ancoradas muitas das expectativas de crescimento económico de Moçambique na próxima década.
O Governo de Moçambique, por seu turno, assegurou que a petrolífera Total "não abandonou" o projeto de gás natural em Cabo Delgado, palco de alvo de ataques que causaram milhares de deslocados, mas apenas suspendeu as atividades "por tempo indefenido".
"Quero, mais uma vez aqui, reafirmar que não houve e não há abandono da Total, o que houve foi uma suspensão das atividades, devido à insegurança que se vive na área", afirmou o presidente do Instituto Nacional de Petróleos de Moçambique (INP), Carlos Zacarias, em conferência de imprensa.
Para o Governo, "está claro que a Total mantém as suas obrigações, no âmbito do contrato de pesquisa e produção de petróleo", prosseguiu Zacarias.
"A Total continua comprometida com Moçambique e com o desenvolvimento do projeto da Área 1 quando as condições o permitirem, e continuará a acompanhar a evolução da situação com grande atenção, em estreito contacto com as autoridades", disse a porta-voz da empresa, quando questionada sobre se a declaração de "força maior" implica a suspensão ou o cancelamento do projeto.
As declarações à Lusa a partir de Paris, a sede da empresa, surgem horas depois de a petrolífera ter justificado com motivos de "força maior" a retirada de todo o pessoal do norte de Moçambique, após o agravamento da violência armada de rebeldes, com o ataque a Palma, em 24 de março, junto ao projeto de gás.
Avaliado em 20 mil milhões de euros, trata-se do maior investimento privado em curso em África.
"Considerando a evolução da situação de segurança no norte da província de Cabo Delgado, em Moçambique, a Total confirma a retirada de todo o pessoal do projeto Moçambique LNG do local de Afungi. Esta situação leva a Total, como operadora do projeto Moçambique LNG, a declarar força maior", lê-se em comunicado.
"A Total expressa a sua solidariedade para com o governo e povo de Moçambique e deseja que as ações desenvolvidas" pelo país e parceiros "permitam o restabelecimento da segurança e estabilidade na província de Cabo Delgado de forma sustentada".
É a primeira vez que a petrolífera recorre ao conceito de 'force majeure' usado em direito para justificar o incumprimento de determinadas obrigações com fatores externos.
Uma semana depois do ataque de 24 de março contra a sede de distrito de Palma, a petrolífera retirou todo o pessoal e abandonou por tempo indeterminado o recinto do projeto de gás na península de Afungi, seis quilómetros a sul da vila.
O projeto tinha até agora início de produção previsto para 2024 e é nele que estão ancoradas muitas das expectativas de crescimento económico de Moçambique na próxima década.
O Governo de Moçambique, por seu turno, assegurou que a petrolífera Total "não abandonou" o projeto de gás natural em Cabo Delgado, palco de alvo de ataques que causaram milhares de deslocados, mas apenas suspendeu as atividades "por tempo indefenido".
"Quero, mais uma vez aqui, reafirmar que não houve e não há abandono da Total, o que houve foi uma suspensão das atividades, devido à insegurança que se vive na área", afirmou o presidente do Instituto Nacional de Petróleos de Moçambique (INP), Carlos Zacarias, em conferência de imprensa.
Para o Governo, "está claro que a Total mantém as suas obrigações, no âmbito do contrato de pesquisa e produção de petróleo", prosseguiu Zacarias.