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Sonangol diz não ter recebido dividendos da Galp. Isabel dos Santos nega desvios
A Sonangol diz não ter recebido os dividendos da Galp. O Governo angolano acusa Isabel dos Santos de ter ficado com os 438 milhões de euros em causa. A empresária negou ao Expresso ter ficado com estes montantes.
A Sonangol diz não ter recebido dividendos da Galp, que totalizam os 438 milhões de euros, entre 2012 e 2016. Este montante terá sido pago à Esperaza, detida pela Sonangol e por Isabel dos Santos. Mas a petrolífera angolana não terá registo destes pagamentos.
O Governo angolano estará a acusar a empresária, filha do ex-presidente de Angola, Eduardo dos Santos, de ter retido esse dinheiro. Isabel dos Santos negou, ao Expresso, que tenha ficado com estes montantes.
Recorde-se que Isabel dos Santos foi exonerada da presidência da Sonangol em Novembro pelo novo presidente angolano, João Lourenço. Para o seu lugar foi nomeado Carlos Saturnino.
O actual presidente da Sonangol terá levantado a questão dos dividendos numa viagem que fez recentemente a Portugal, adianta o mesmo jornal, que cita uma fonte da presidência angolana que afirmou que "depois do que aconteceu no sector mineiro com a Sodiam, chegou agora a vez de a Sonangol envolver-se numa batalha para reaver os seus direitos". A mesma fonte salientou que esta situação "não vai deixar tranquilo o antigo presidente".
Carlos Saturnino terá também aproveitado a viagem a Lisboa para se dedicar a outra questão: á participação da Sonangol no BCP. O responsável terá informado o BCP, em Dezembro, que a petrolífera não iria aumentar a sua posição acima dos 20%, tal como tinha sido pedido pela anterior gestão. "Não vamos sair do BCP, mas não temos sequer capacidade para chegar aos 20%, quanto mais aos 30%. Vamos gerir a relação mas concentrando o nosso foco nas operações ligadas ao nosso core-business", afirmou ao Express uma fonte da administração da Sonangol.
Já em Dezembro, o Correio da Manhã tinha noticiado que a Sonangol enviou uma queixa-crime à Procuradoria Geral da República de Angola contra Isabel dos Santos, precisamente alegando desvios de dividendos pagos pela Galp.