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Isabel dos Santos garante continuidade no capital da Galp

"El Confidencial" diz que o distanciamento entre Isabel dos Santos e o Grupo Amorim aponta para a venda da posição na Galp Energia. A empresária angolana diz que não pretende sair do capital da cotada portuguesa.

Ricardo Castelo
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A exoneração de Isabel dos Santos do cargo de presidente da Sonangol e a morte de Américo Amorim aumentaram a especulação sobre alterações na estrutura accionista da Galp Energia. Que hoje saiu reforçada, com o jornal espanhol "El Confidencial" a publicar um artigo onde adianta que o distanciamento entre Isabel dos Santos e o Grupo Amorim aponta para a venda da posição na Galp Energia.

 

Isabel dos Santos detém 45% da Esperaza Holding, com a Sonangol a deter 55% desta sociedade. Por sua vez, a Esperaza Holding detém 45% da Amorim Energia, que por seu turno detém 33,34% da Galp, assumindo o estatuto de maior accionista.

 

Diz o jornal espanhol que o distanciamento entre estes accionistas da empresa que controla a Galp aponta para um possível desinvestimento. "Com Isabel dos Santos sem margem de manobra na Sonangol e depois do falecimento de Américo Amorim, os laços históricos que uniam estes investidores desapareceram, pelo que a família do rei mundial da cortiça e a angolana decidiram soltar amarras em relação à Amorim Energia", escreve o "El Confidencial", que no artigo cita fontes próximas da Amorim Energia.

 

Confrontada com esta notícia, fonte ligada a Isabel dos Santos diz ao Negócios que a empresária angolana não pretende sair do capital da Galp Energia e que tem uma posição estável no capital da petrolífera angolana.

 

Isabel dos Santos reitera assim o que já havia dito sobre a Galp Energia, já depois de deixar a liderança da Sonangol. Numa entrevista à Bloomberg, publicada em Dezembro, a empresária angolana afirmou que a saída da petrolífera angolana não iria afectar o seu investimento na Galp Energia. "São duas coisas diferentes", sublinhou. "O investimento na Galp é um investimento muito antigo, remonta a 2008. É um investimento estável", salientou.

 

Isabel dos Santos foi exonerada da presidência da Sonangol em Novembro pelo novo presidente angolano, João Lourenço. Para o seu lugar foi nomeado Carlos Saturnino e desde então a petrolífera e a empresária já deram vários sinais de desentendimento.

 

A Sonangol alegou não ter recebido dividendos da Galp, que totalizam os 438 milhões de euros, entre 2012 e 2016, que terá sido pago à Esperaza, detida pela Sonangol e por Isabel dos Santos. A empresária angolana negou, afirmando que a petrolífera angolana não só recebeu os dividendos distribuídos pela Galp, como pagou os impostos referentes. 

 

A notícia do jornal espanhol é comentada esta terça-feira pelos analistas do BPI, que lembram que esta não é a primeira vez que chega aos jornais a especulação sobre a relação dos accionistas da Amorim Energia.

 

Os analistas do banco salientam que há diferenças entre o cenário de venda posições dentro da Amorim Energia e o desmantelamento desta "holding". Considerando que o primeiro é mais provável do que o segundo, o BPI refere que "não é claro qual o impacto de cada um deles ao nível da Galp Energia".

 

As acções da Galp Energia sobem 0,43% para 15,05 euros.

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