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Secil, REN, Floene, Siemens e banco ING integram "corredor verde" de hidrogénio entre Sines e Europa

O memorando entre Portugal e os Países Baixos para a criação de um "corredor de combustíveis verdes" conta com mais de duas dezenas de empresas portuguesas e estrangeiras.

O CEO da Madoqua Renewables, Roger Rebelo, diz que “alguém tem de assumir os riscos” do hidrogénio.
Luís Guerreiro
10 de Dezembro de 2024 às 12:56
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Depois de no início de novembro ter anunciado um novo investimento de 500 milhões de euros e a assinatura de um memorando de entendimento (MoU) para a construção de um "corredor de combustíveis verdes" entre o sul de Portugal e o noroeste da Europa - com os portos marítimos de Sines (Portugal) e Roterdão (Países Baixos) e a Duisport, proprietária e operadora do maior porto interior do mundo, em Duisburgo (Alemanha) - a empresa luso-neerlandesa Madoqua veio agora revelar quem são as empresas que farão parte do "ecossistema" deste projeto, explicou ao Negócios Roger Rebelo, CEO da Madoqua.

O memorando conta assim com assim com as assinaturas de mais de duas dezenas de entidades portuguesas e estrangeiras, informou a empresa em comunicado.  Do lado português inclui-se o Porto de Sines e a Associação Empresarial de Sines, a Secil, REN, Floene, Câmara de Comércio e Indústria Luso Alemã, BDO Incentives e MadoquaPower2X.

Já as instituições internacionais signatárias do memorando são os Portos de Roterdão e de Duisburgo (Duisport), CIP – Copenhagen Infrastructure Partners, os bancos ING e MUFG, os operadores de terminais Tepsa e Chane, as empresas de transportes marítimos MOL e NCL, a empresa agroalimentar Cargill, a Hyperion Renewables, a Proton Ventures, a KBR, a Thyssen Krupp, a Siemens, a finlandesa Horisont Energi e a NRW.Energy4Climate (agência estatal para a energia e a proteção do clima na Renânia do Norte-Vestefália). 


"Os signatários irão aplicar as suas competências coletivas para promover a descarbonização das indústrias e do setor dos transportes marítimos", sublinha a Madoqua no mesmo comunicado, acrescentando que "as diferentes partes apoiarão o desenvolvimento das infraestruturas transfronteiriças necessárias e a promoção de derivados de hidrogénio verde e de tecnologias de captura, utilização e armazenamento de carbono, assegurando o fornecimento de combustível renovável de baixo custo a partir de Portugal".

A empresa frisa ainda a futura colaboração entre os diversos atores da cadeia de valor dos combustíveis verdes, incluindo parceiros financeiros, operadores de terminais, instituições de I&D, empresas industriais empenhadas na descarbonização, produtores de combustíveis verdes e fornecedores de combustíveis alternativos.

No início de novembro, assinalou-se a assinatura da Declaração Conjunta de Intenções para o desenvolvimento deste Corredor Verde entre os governos da Alemanha, Renânia do Norte-Vestefália e Portugal, e entre a Madoqua e os portos de Sines (APS), Roterdão (POR) e Duisburgo (Duisport). O objetivo passa pelo transporte, entre estas duas geografias europeias, de combustíveis sintéticos e matérias-primas baseadas em derivados de hidrogénio verde, como o amoníaco e metanol, e produtos como o CO2 liquefeito, de Portugal para o noroeste da Europa.

"Este MoU procura pôr em ação os acordos a nível governamental e portuário, reiterando a importância de todas as partes interessadas (públicas e privadas) no desenvolvimento da indústria de combustíveis verdes", refere a Madoqua. A empresa está a desenvolver um projeto de derivados de hidrogénio verde em grande escala em Portugal para produzir amoníaco verde e e-metanol, bem como o Terminal de Combustíveis Verdes da Madoqua, que irá armazenar, gerir e abastecer combustíveis alternativos no porto de Sines.

"A nossa recente colaboração nos portos foi concebida para tornar esta abordagem uma realidade. O desenvolvimento de instalações de nova geração centradas na produção de e-fuels é apenas uma peça do puzzle do corredor integrado de combustíveis verdes. Uma quantidade significativa de infraestruturas portuárias, de serviços de abastecimento de combustível e de transporte existentes tem de ser readaptada, expandida ou construída de raiz para satisfazer a procura futura de e-fuels por parte da indústria naval e do setor industrial", disse Marloes Ras, chief commercial officer da Madoqua.


Em 2022, a empresa anunciou uma parceria com a Copenhagen Infrastructure Partners (CIP) e com a Power2X para construir em Sines um projeto de hidrogénio verde e amoníaco à escala industrial (de 1,2 GW) - chamado MadoquaPower2X - que irá criar mais de 150 postos de trabalho diretos e 2.000 indiretos. Este projeto para a produção de hidrogénio verde e amoníaco representa um investimento de 1,3 mil milhões na fase 1 e 1,5 mil milhões na fase 2. 

O futuro Terminal de Combustíveis Verdes da Madoqua será candidato a financiamento da União Europeia ao abrigo do Mecanismo de Infraestruturas para Combustíveis Alternativos (AFIF). Até agora, é um dos quatro projetos europeus a que foi atribuído financiamento para estudos de viabilidade e implementação no âmbito do programa CEF Energy - CB RES da UE para validar operações de terminais baseadas em energias renováveis.
 
A infraestrutura que nascerá em Sines será desenvolvida em duas fases: primeiro centrando-se no abastecimento de combustível com amoníaco sintético; e depois no metanol sintético e no combustível verde para aviação (e-SAF) e CO2. O projeto recebeu recentemente o apoio do Banco Europeu de Investimento no âmbito do InvestEU Advisory Hub, e também 245 milhões de euros do Banco de Hidrogénio Verde da UE. 
 

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