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Ribeiro da Silva: "Há uma tremenda hipocrisia nos governos" sobre preços da energia
O presidente da Endesa Portugal criticou as atitudes de diversos executivos que "carpem uma lágrima de crocodilo" quanto aos preços da energia, sendo que "impostos e taxas" são o maior custo.
Nuno Ribeiro da Silva (na foto), presidente da Endesa Portugal, acusou os governos de "hipocrisia" quando falam sobre os preços da energia. "Há uma tremenda hipocrisia nos governos quando carpem uma lágrima de crocodilo quanto aos preços de energia e depois, vamos a ver, e os impostos e taxas são o maior custo", referiu o gestor, que esteve esta segunda-feira, 14 de Novembro, no Porto, numa conferência do INEGI sobre "Inovação de Base Tecnológica e Competitividade".
"Tenho respeito pela decisão do Governo em ajudar quem ganha menos, mas custa-me que isso não saia do bolso da Segurança Social e se atire para as empresas. Estamos a travar, a criar obstáculos, a um sector que facilmente pode mudar o seu paradigma de gerador de gases de efeitos de estufa. Estamos, com estes custos, a por pés de chumbo neste esforço" avisou o gestor.
Quanto aos desafios para as políticas ambientais devido à eleição de Donald Trump, Ribeiro da Silva reconheceu que existem, mas recordou que "a economia americana tem razões que a razão desconhece". E alertou que mesmo com medidas proteccionistas as coisas não serão fáceis. "Ele [Trump] bem pode querer vender mais carvão, mais não vai haver necessidade no mercado, ainda por cima do americano que é mais caro. Está saturado com os colombianos e sul-americanos", explicou o presidente da Endesa.
Também António Costa Silva, presidente executivo da Partex Oil and Gas, deu conta de algum optimismo quanto aos EUA. "No país as emissões diminuíram 2,5%. O gás é mais limpo e está a ser usado nos veículos nos EUA. As emissões são 40% inferiores", referiu.
"Compreendo as preocupações ambientais mas têm que ser baseadas em factos. Portugal tem muitos recursos. A Península Ibérica tem que deixar de ser uma ilha energética mas há hostilidade contra as empresas" lamentou o gestor.