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Putin inaugura campo de gás na Sibéria para reforçar fornecimentos à China

Putin disse que o novo campo permitirá "assegurar a entrega fiável de gás" tanto às empresas russas como aos parceiros estrangeiros.

Lusa_EPA/reuters
21 de Dezembro de 2022 às 13:15
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O Presidente russo, Vladimir Putin, lançou esta quarta-feira oficialmente a exploração do campo de gás Kovykta, na Sibéria, que deverá aumentar as exportações para a China no meio de uma crise entre Moscovo e o Ocidente.

"Estamos a lançar o campo Kovykta, o maior da Sibéria Oriental. (...) Começar a trabalhar", disse Putin durante uma cerimónia transmitida em direto pela televisão, segundo a agência francesa AFP.

Putin disse que o novo campo de gás iniciará "uma verdadeira dinâmica de desenvolvimento para as regiões orientais da Rússia".

"Um complexo industrial poderoso e estratégico está a ser criado no leste da Rússia", assinalou.

Putin disse que o novo campo permitirá "assegurar a entrega fiável de gás" tanto às empresas russas como aos parceiros estrangeiros.

O novo campo apresenta "novas oportunidades de desenvolvimento económico e social, bem como novas oportunidades para as nossas crescentes exportações", acrescentou o diretor da gigante russa Gazprom, Alexei Miller.

O campo Kovykta, localizado perto do Lago Baical na Sibéria, destina-se a fornecer o gasoduto Siberian Force 1, que liga, desde o final de 2019, o campo Chaiandina (Yakutia) ao nordeste da China.

Há vários anos que a Rússia tenta aumentar as suas entregas de gás à China, e acelerou este movimento nos últimos meses, para tentar atenuar o efeito das sanções económicas do Ocidente por ter invadido a Ucrânia, em 24 de fevereiro deste ano.

Desde a invasão, Moscovo reduziu drasticamente as suas entregas de hidrocarbonetos à Europa, voltando-se para a Ásia para compensar as perdas de receitas.

As autoridades russas querem aumentar as suas entregas para 20.000 milhões de metros cúbicos de gás por ano, nomeadamente através do aproveitamento das reservas do campo Kovykta.

A Rússia está também a planear construir o gasoduto Siberian Force 2, a partir de 2024, para abastecer a China via Mongólia, outro sinal de que a sua estratégia energética operou uma viragem em direção ao leste.

Além dos cortes nos fornecimentos como reação às sanções, a guerra na Ucrânia pôs em evidência a dependência dos fornecimentos russos por parte da Europa, que também tem procurado outros mercados, incluindo Estados Unidos e países do Golfo Pérsico.

A crise nos fornecimentos de energia provocou uma subida generalidade dos preços de bens essenciais em economias que ainda estavam a tentar recuperar de dois anos de problemas causados pela pandemia de covid-19.
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