Notícia
Portas na Pemex sucede a rival de Guterres na ONU
O ex-líder do CDS vai assumir o cargo de administrador não executivo da filial internacional da empresa estatal mexicana.
Paulo Portas assumiu no início de Julho o cargo de conselheiro independente da Mex Gas International, holding internacional da empresa mexicana de petróleos e gás e que tem sede em Espanha.
Segundo apurou o Negócios, o ex-vice-primeiro-ministro vai exercer as funções de administrador não executivo, substituindo no cargo Vuk Jeremic, que é nesta altura um dos principais rivais de António Guterres na corrida à liderança da ONU.
O ex-ministro sérvio dos Negócios Estrangeiros, que já foi presidente da Assembleia Geral da ONU, ficou em segundo lugar na votação que decorreu na sexta-feira, com 8 votos de encorajamento (e 4 de desencorajamento e 3 sem opinião).
A companhia mexicana tem o hábito de ter no seu conselho de administração um conselheiro independente, que tem como missão fazer a análise estratégica e avaliações de riscos, bem como encontrar oportunidades de expansão noutras regiões e mercados.
A Mex Gas International dedica-se à comercialização de gás natural em todo o mundo. Tal como avançou o jornal espanhol El Diario que avançou em primeira mão com a notícia da contratação de Portas, a filial que agora nomeou Portas como conselheiro tem a sua sede em Madrid. Foi criada em Junho de 2014, quando a Pemex saiu do capital da Repsol e transferiu para Espanha duas "holdings", que até essa altura estava situadas no paraíso fiscal das Ilhas Caimão, e onde está uma grande parte da sua actividade de venda e comercialização de gás, a nível internacional.
"Agora, o ex-político conservador, que domina cinco idiomas (entre eles, um perfeito espanhol), vai assessorar também a Pemex", refere o jornal espanhol.
A 6 de Junho de 2014, o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, visitou Lisboa e a Pemex assinou um memorando de entendimento com a Galp Energia "relacionada com a troca de informação e/ou desenvolvimento de projectos", de acordo com a informação da petrolífera mexicana, citada pelo El Diario. Ainda assim, o conteúdo do acordo foi considerado "confidencial" e não será do conhecimento público até Outubro de 2026.
No seu mandato como vice-primeiro-ministro português, Paulo Portas, fez duas visitas oficiais ao México, em 2013 e 2014.
No final de Dezembro, Paulo Portas anunciou que iria abandonar a liderança do CDS. A 13 de Março, no Congresso de Gondomar, Assunção Cristas foi eleita como sucessora de Portas que, a 2 de Junho, fez o seu último discurso enquanto deputado na Assembleia da República. Foi precisamente no mês de Junho, quatro dias depois da despedida do Parlamento, que foi anunciada a sua contratação como consultor da Mota-Engil, ocupando o cargo de líder do novo Conselho Internacional da Empresa.