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OPA e CMEC causam desconforto entre acionistas da EDP, diz Luís Amado

O presidente do Conselho Geral da EDP diz que alguns investidores se "retraíram" na sequência do ruído que tem surgido em torno dos CMEC, mas também na sequência da oferta pública de aquisição lançada pela China Three Gorges.

Lusa
27 de Fevereiro de 2019 às 21:18
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Numa altura em que um dos acionistas da EDP, o fundo Elliott, já se manifestou contra a oferta pública de aquisição (OPA) lançada pela China Three Gorges (CTG), o presidente do Conselho Geral de Supervisão da elétrica, Luís Amado, vem confirmar divergências entre os acionistas. Também o "ruído" em torno dos Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC) tem afetado a confiança destes investidores, afirma.

"Os investidores do mercado de capitais que tinham posições mais longas retraíram-se precisamente no contexto de relativa instabilidade que se viveu, e também, é preciso sublinhá-lo, no contexto de uma oferta pública que é lançada pelo acionista principal", declarou Luís Amado, esta quarta-feira, 27 de fevereiro, perante a Comissão Parlamentar de Inquérito ao Pagamento de Rendas Excessivas aos Produtores de Eletricidade.

Para o presidente do CGS, "os acionistas, que estavam em alinhamento de interesses relativo, entram num processo natural de divergências de interesses a partir do momento em que um quer controlar".

Recentemente, o fundo Elliott, que detém uma participação qualificada na elétrica, criticou a OPA por constituir "a maior fonte de incerteza que a empresa enfrenta hoje", impactando, nesta ótica, a EDP de forma negativa.

Já quanto às divergências entre o Estado e a EDP em relação aos Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual, os contratos que marcam a transição para o mercado liberalizado e que já levaram o Governo a exigir a devolução de 285 milhões de euros, Luís Amado diz que tem ouvido "reações muito desfavoráveis" dos acionistas e que estes podem recorrer a agências internacionais quando decisões contratuais são postas em causa. Diz, contudo, não ter conhecimento de nenhuma ação em concreto para já. Independentemente de futuras ações, sublinha o "impacto (negativo) na confiança dos principais acionistas".

Já no fim da audição, Amado deixou um último apelo e um aviso: "era bom que também na esfera pública o ruído à volta da EDP fosse ultrapassado", pois "as perspetivas em relação ao futuro estão a ser de alguma forma desgastadas" – isto, de forma a que "a empresa continue a conseguir ser uma empresa de sede em Lisboa".

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