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Presidente do Conselho Geral da EDP defende que CMEC sejam decididos na Justiça
Luís Amado, presidente do Conselho Geral de Supervisão da EDP, vê na Justiça a saída para o conflito que tem crescido em torno dos contratos assinados com o Estado, os conhecidos CMEC, depois do Governo exigir a devolução de 285 milhões. Para Amado, a EDP tem argumentos "incontornáveis" para levar a melhor.
"Há divergência? Que seja decidida em sede própria", ditou Luís Amado, esta quarta-feira, 27 de fevereiro, perante a Comissão Parlamentar de Inquérito ao Pagamento de Rendas Excessivas aos Produtores de Eletricidade, a qual pretende apurar se a elétrica saiu beneficiada dos contratos que assinou com o Estado na transição para o mercado liberalizado. O presidente do CGS põe a hipótese de "recorrer à arbitragem ou em última sede à via judicial", e põe-na sem "nenhuma questão de hostilidade". "Havendo dúvidas, tem de haver forma de diminuir essas dúvidas", diz.
Luís Amado acredita que, recorrendo à via judicial, a elétrica estaria em vantagem. E di-lo tendo em conta o parecer da Comissão Europeia (CE) que, na altura da assinatura dos contratos deu o seu aval, considerando que não prejudicavam a dinâmica de concorrência. "As decisões da CE são do meu ponto de vista absolutamente incontornáveis. (...) Podem trazer os estudos, exemplos, críticas, o que quer que seja.(...) Não tenho qualquer dúvida que em litigância sede judicial essas decisões serão tidas em conta por qualquer árbitro ou juiz".
Neste sentido, o presidente do CGS da EDP reconhece que "há ruído, há duvida, há suspeição", mas considera que esta circunstância "faz parte da vida pública" e "dos processos políticos", que diz saber "como são orientados naturalmente". A isto, opõe "os factos, a realidade, os números", nos quais, diz, "nos devemos fixar".