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Obrigacionistas da Maxyield chumbam proposta da Mutares para a Efacec
Mutares propõe um corte de 50% na dívida dos obrigacionistas da Efacec, Maxyield diz que está em causa a "confiança dos investidores no próprio Estado".
Os obrigacionistas da Efacec, associados da Maxyield, estão "alarmados" com intenção de "aprovar um corte de 50% da dívida detida por estes investidores privados e que havia sido emitida em 2019 (58 milhões de euros)" despoletada através da convocatória de uma assembleia de obrigacionistas do conselho de administração da empresa a realizar a 7 de agosto. A Maxyield recomenda o chumbo da proposta.
"Um incumprimento desta natureza por uma empresa detida pelo Estado põe em causa não apenas a Efacec, mas a confiança dos investidores no próprio Estado" afirmam os obrigacionistas numa nota enviada às redações.
Tal como o Negócios noticiou a 4 de julho, o plano de relançamento da Efacec por parte da Mutares contempla um corte de 50% da dívida de 58 milhões de euros que a empresa contraiu em 2019 através de um empréstimo obrigacionista. Ou seja, a estratégia do fundo alemão escolhido pelo Governo para ficar com os 71,73% da Efacec que estava nas mãos da Parpública prevê que os obrigacionistas aceitem reduzir em 50% o montante do crédito reclamado. A venda da participação que o Estado possuía na Efacec foi anunciada a 7 de junho.
Os obrigacionistas da Mayfield argumentam que a "solução preconizada pelo Estado, vai inevitavelmente originar danos irreparáveis ao mercado de capitais português, quando a mesma deveria necessariamente evidenciar a preocupação em dinamizar e robustecer o mesmo, o que não acontece com a solução escolhida" e face "à falta de credibilidade da proposta da Mutares" aconselham os obrigacionistas a chumbariam a referida proposta.
A Maxyield diz que a "gestão estatal da empresa nos últimos três anos foi verdadeiramente desastrosa, com a situação líquida da empresa a cair de 277 milhões de euros em dezembro de 2019 para -74 milhões em abril deste ano, segundo dados da própria empresa" e adiantam que a Mutares apenas investirá 15 milhões de euros na Efacec, o que é manifestamente insuficiente para viabilizar a empresa.
"O mercado de capitais exige transparência, responsabilidade e credibilidade a todo o momento, razões suficientemente fortes para que Estado garanta os legítimos interesses dos credores da Efacec e evite uma nova geração de lesados em Portugal, podendo exigir a reanálise do processo de decisão e reavaliação do mérito de outras alternativas concorrentes, acrescenta a Maxyield.