Notícia
O que fazer para baixar a factura da electricidade?
A política energética que vem sendo seguida em Portugal não permite antecipar reduções de preços na electricidade nos próximos anos, mas há medidas ao alcance das famílias para poupar alguns euros, ou dezenas deles, por ano.
Ao contrário de outros serviços em que o consumidor consegue negociar o preço com o fornecedor, nos contratos de electricidade para clientes domésticos a margem negocial é nula, mas tal não significa que as famílias não possam baixar, de um mês para o outro, a factura. Comparar descontos no mercado livre, aderir ao débito directo ou baixar a potência contratada são algumas soluções.
Procure uma opção no mercado liberalizado
Se ainda não abandonou o mercado regulado, as suas tarifas estão sujeitas a actualizações trimestrais por parte da ERSE. O mercado liberalizado apresenta diversos comercializadores com ofertas que, na sua maior parte, têm descontos face às tarifas reguladas. As políticas de desconto são distintas: umas incidem só sobre a potência (termo fixo da factura), outras sobre a potência e a energia e outras apenas sobre a energia, pelo que os benefícios de cada oferta têm de ser avaliados caso a caso. Na migração do mercado regulado para o liberalizado podem estar algumas de dezenas de euros de poupança por ano.
Tem gás natural? Junte as duas facturas
As ofertas duais de energia (electricidade e gás natural) não estão ao alcance de todas as famílias, já que dos seis milhões de clientes de energia eléctrica apenas cerca de um milhão tem também gás canalizado. Mas para quem tem os dois serviços, juntá-los num só fornecedor pode ser vantajoso. No caso da Galp, por exemplo, um contrato único de electricidade na tarifa simples com factura electrónica dá um desconto de 15% no termo de potência, mas ao associar-lhe a conta do gás natural o desconto sobe para 20%.
Adira ao débito directo
Para alguns consumidores, o débito directo e a factura electrónica são modalidades contratuais indesejadas, mas a verdade é que em vários comercializadores de electricidade os maiores descontos são conseguidos se o cliente aceitar pagar por débito directo e aderir à factura electrónica. A explicação é simples: as empresas têm menores custos de cobrança e estão dispostas a partilhar parte desse ganho com o cliente. Segundo o simulador da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), o ganho do consumidor em planos com pagamento por débito directo, face aos tarifários do mesmo comercializador mas sem débito directo, pode ultrapassar os cinco euros por ano (considerando um cliente doméstico com consumo de 145 kWh por mês, tarifa simples e potência de 6,9 kVA).
Verifique se a tarifa bi-horária compensa
Reduzir a factura da electricidade também pode passar por ajustar o perfil de consumo. As tarifas bi-horárias garantem preços de energia mais baixos à noite, o que é vantajoso para quem conseguir concentrar a maior parte do seu consumo eléctrico nesse período. No entanto, para quem trabalhe em casa ou utilize de dia os equipamentos de maior consumo (máquinas de roupa e de loiça, ferro de engomar e aquecedores, por exemplo) aderir à tarifa bi-horária pode gerar uma factura eléctrica maior do que a tarifa simples. A ERSE tem no seu site um simulador de preços que pode ajudar neste exercício.
Veja se é elegível para a tarifa social
Os critérios de elegibilidade para a tarifa social de electricidade foram recentemente alargados, passando a incluir potências contratadas de 6,9 kVA e rendimentos indexados à dimensão do agregado familiar. A tarifa social, que já é mais baixa que a normal, terá em 2015 uma descida de 14%.
Aposte em soluções de consumo mais eficientes
No momento de comprar um novo electrodoméstico, opte pelos produtos de classe energética mais elevada. Note que quanto maior a potência (kW) de um aparelho, maior será o seu consumo (kWh) e, por conseguinte, a sua factura de electricidade.
Compare as ofertas no mercado eléctrico
O perfil de consumo considerado é de 145 kWh por mês, 6,9 kVA de potência e tarifa simples. No mercado regulado a factura é de 41,08 euros ao mês. Eis as outras ofertas segundo o simulador da ERSE.
EDP Casa Click
39,92 euros por mês - A oferta com factura electrónica e débito directo permite poupar 1,16 euros mensais
O Casa Click é um plano da EDP para o mercado livre que dá 3% de desconto (face às tarifas reguladas) sobre a potência contratada e a energia consumida. Implica adesão online, factura electrónica e débito directo (sem débito directo o desconto cai para 1%).
Galp Plano Online
39,50 euros por mês - Na Galp, com facturação electrónica e débito directo a poupança mensal é de 1,58 euros
O Plano Online da Galp para a tarifa simples de electricidade é o que dá, na Galp, um maior desconto sem ser preciso ter serviços adicionais. Implica adesão online, factura electrónica e débito directo. Dá 15% de desconto na potência (o preço da energia é igual ao regulado).
Endesa
41,08 euros por mês - A oferta da Endesa para o mercado livre tem tarifas iguais às do mercado regulado
A "Tarifa Luz" dá aos consumidores preços iguais às tarifas transitórias. No entanto, se o cliente contratar o SAE - Serviço de Assistência Eléctrica (3,58 euros por mês) tem um desconto de 15% na potência. A simulação considera o cenário sem SAE, logo, sem desconto.
YLCE Simples
37,17 euros por mês - Na Yes Low Cost Energy, com factura online e débito directo, poupa 3,91 euros por mês
A YLCE - Yes Low Cost Energy é a oferta da empresa Enforcesco para o mercado liberalizado de electricidade. A oferta aqui considerada implica adesão online, factura electrónica e pagamento por débito directo. O desconto é de 10% na energia e de 12% na potência.
Enat Penta
39,75 euros por mês - O plano da Enat com factura electrónica gera uma poupança mensal de 1,33 euros
A Enat é uma empresa portuguesa com sede em Castelo Branco. O seu plano Enat Penta dá um desconto de 5% sobre a tarifa de energia do mercado regulado (o encargo de potência é igual), implicando factura electrónica (com factura em papel o desconto baixa para 3%).