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Nigéria falha carga de gás no fim de outubro. Galp importa por pipeline

A petrolífera não antevê mais disrupções para o mês de novembro, já que conseguiu garantir a compra de gás natural via pipeline com origem na Argélia, a preços mais mais baixos,

Andy Brown é o CEO da Galp. Empresa tem mantido contactos com o Governo, que já a informou sobre medida que está a ser trabalhada.
António Pedro Santos/Lusa
24 de Outubro de 2022 às 14:49
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A Galp anunciou esta segunda-feira que as inundações que afetaram a produção e exportação de gás natural liquefeito por parte da Nigéria para Portugal vão afetar uma das cargas do fornecedor Nigeria LNG que deveria chegar ao porto de Sines no final de outubro. 

No entanto, a empresa não antevê mais disrupções no abastecimento por parte do país africano para o mês de novembro. A garantia foi dada pelo diretor de trading da Galp, Rodrigo Vilanova, durante uma call com analistas, a última a ser conduzida pelo CEO Andy Brown, antes deste deixar o cargo e a empresa no final do ano.   

Vilanova garantiu ainda que a petrolífera, nos seus esforços de difersificar fornecedores e não estar apenas dependente da Nigéria, conseguiu entretanto garantir a compra de gás natural via pipeline a partir de Espanha, e com origem na Argélia, a preços mais baixos, garantiram os responsáveis da Galp na mesma "call" com analistas, que se seguiu à apresentação de resultados, esta segunda-feira, antes da abertura dos mercados. 

Andy Brown falou em "preços atrativos" para conseguir comprar e garantir os volumes de gás necessários para a operação da empresa e suprir as falhas nigerianas 

Questionado pelos analistas sobre a decisão do Governo de abrir de novo o mercado regulado do gás para proteger os consumidores domésticos dos preços altos praticados no mercado livre, Andy Brown, classificou a decisão como "inesperada". Para a Galp, isto significa ter de desviar para a sua atividade de Comercializador de Último Recurso maiotr volume de gás, que depois é vendido a preços mais baixos. 

Ainda assim, o CEO garante "o impacto não tem sido significativo porque não houve muitos clientes a mudar" (menos de 90 mil até agora, como avançou o Negócios). Ainda assim, a Galp reserva a sua posição e mantém que não foi algo apropriado por parte do Governo. 

Nos primeiros nove meses do ano, a petrolífera deu conta de lucros de 608 milhões, mais 86% face ao período homómologo de 2021.

Nas palavras do CEO, Andy Brown, a questão das falhas por parte da Nigéria no cumprimento dos contratos 'take or pay' - pelo menos quatro cargas que não foram entregues, num total de 30, como avançou o Negócios, com base em informações do Governo - foi um dos maiores desafios da empresa este ano, com impactos financeiros  nas contas da empresa entre 40 a 50 milhões de euros  (assumindo os preços do Mibgas a cerca de 70 euros por MWh). 

No entanto, o responsável garante que "em 2023 o cenário será mais claro". 

"Tenho pena de não estar cá para ver isso", disse Andy Brown, que no final de dezembro, deixará a Galp.
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