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Ministro da Energia espanhol vê obstáculos na OPA à EDP
O responsável pela energia em Espanha antevê problemas na OPA da China Three Gorges à EDP, enquanto espera o contacto dos accionistas chineses para que estes possam avançar com a operação.
Em declarações ao jornal elEconomista, o ministro da Energia espanhol, Álvaro Nadal, diz aguardar o pedido formal à Comissão Nacional de los Mercados e la Competencia (CNMC) para que esta analise a operação, mas para já, mostra-se pouco confiante no sucesso da mesma. Aponta para o valor da oferta, que foi considerada baixa e "quase hostil" pelo conselho de administração da eléctrica.
Paralelamente, o político espanhol refere o entrave que pode advir da regulação europeia, que não permite que o mesmo accionista possua activos de transporte e de distribuição em simultâneo. A Rede Elétrica Nacional (REN) tem como principal accionista a State Grid of China, com 25%. A State Grid, bem como a CTG, são empresas públicas chinesas, pelo que a norma europeia seria violada.
Nadal alerta para o "vespeiro regulatório" que a OPA dos accionistas chineses à EDP terá de enfrentar. Diz seguir atentamente o processo, dado que a EDP é regulada em Espanha e possui activos nucleares. A EDP é um dos principais operadores em Espanha, e controla uma participação na central nuclear de Trillo, responsável pelos activos de distribuição da eléctrica das Astúrias.
No extenso rol de autorizações que a CTG tem de assegurar antes de avançar de facto com a OPA, constam ainda entidades espanholas como a Autoridade Portuária de Gijón e a Autoridade Portuária de Avilés, tal como se encontra descrito na adenda ao anúncio preliminar de lançamento da OPA sobre a EDP enviado à CMVM. EUA, Canadá, França e Brasil são outras das localizações cujas entidades terão uma palavra a dizer.
Na última terça-feira, o Governo chinês veio dizer que não vê razões para "terceiras partes" se oporem à OPA da China Three Gorges (CTG) à EDP. "O Governo chinês apoia e encoraja as empresas chinesas a encetarem uma cooperação mutuamente benéfica com empresas portuguesas", acrescentou, em conferência de imprensa, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Lu Kang.