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Mais um activo do Grupo Espírito Santo à venda: as mini-hídricas no Brasil
A comissão liquidatária da Rioforte abriu um processo de venda da brasileira Luzboa, empresa que opera em pequenas barragens no Brasil.
Há mais um activo do antigo Grupo Espírito Santo que está disponível para vender. Desta vez, é a gestora de barragens de reduzida dimensão do Brasil, Luzboa. O processo de alienação inicia-se já neste mês de Agosto.
"A Euroamerican Finance, uma subsidiária totalmente detida pela Rioforte Investments, detém 97,77% das companhias brasileiras Luzboa S.A., Luzboa Um S.A., Luzboa Dois S.A., Luzboa Três S.A. e Luzboa Quatro S.A.", indica a comissão liquidatária da Rioforte no site das insolvências do Grupo Espírito Santo que estão a decorrer no Luxemburgo.
Segundo a mesma fonte, "estas empresas operam pequenas centrais hidroeléctricas, localizadas no estado de Minas Gerais, com uma carteira que excede os 80 megawatts de capacidade instalada, dos quais apenas 2,8 megawatts estão operacionais".
Com o lançamento da operação, os responsáveis pela insolvência da Rioforte acreditam poder vir a contactar potenciais investidores na segunda metade de Agosto. A Daemon Investimentos é a assessora financeira da operação que envolve uma empresa criada em 2001 pelo GES, segundo o jornal brasileiro Diário do Comércio.
A venda da participação na energia é apenas uma das alienações de activos que a Rioforte está a tentar promover no Brasil - e no mundo onde o GES se encontrava. A Cobrape – Companhia Brasileira de Agropecuária foi colocada em processo de venda, mas não houve ofertas vinculativas, pelo que a oferta caiu. O arresto de bens do Grupo Espírito Santo decretado pela justiça portuguesa – e a que as autoridades brasileiras acolheram – limitou a agilidade nos processos de venda no Brasil, podendo até, segundo os curadores de insolvência da Rioforte, conduzir à insolvência das sociedades.
A venda de activos da Rioforte tem como objectivo cobrir as reclamações dos credores. A 30 de Abril esta sociedade do antigo GES detinha 139 milhões de euros depositados, o que representa 3,75% da dívida total de 3,7 mil milhões que foi reclamada em mais de 1.400 declarações. Nessa altura, os curadores da insolvência revelaram que tinham sido retiradas reclamações avaliadas em quase 700 milhões. Mesmo assim, o total existente nos cofres da Rioforte cobre menos de 5% do valor reclamado.