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Lucros da EDP crescem 86% para 1.147 milhões

O EBITDA consolidado subiu 13% até Setembro. Tirando ganhos não recorrentes, como a venda da Naturgas em Espanha, o EBITDA recuou 4%.

Bruno Simão/Negócios
02 de Novembro de 2017 às 16:52
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Os lucros da EDP subiram 86% para 1.147 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano face a período homólogo. Já os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortizações (EBITDA) teve um aumento de 13% para 3.269 milhões. Tirando ganhos não recorrentes, o EBITDA recuou 4%.

Este resultado superou a estimativa dos analistas do CaixaBI que previam uma queda de 5% nos lucros para para 583 milhões de euros, mas esta previsão não tinha em conta os efeitos não recorrentes. Os resultados trimestrais da EDP foram divulgados esta quinta-feira, 2 de Novembro.

Tirando ganhos não recorrentes, o EBITDA recuou 4% para 2.711 milhões de euros, devido à desconsolidação da actividade de distribuição de gás em Espanha, a partir de Julho devido à venda da Naturgas, e também devido às condições atmosféricas extremamente secas nos primeiros nove meses deste ano, "contra uma hidraulicidade expcecionalmente elevada" nos primeiros nove meses de 2016.

Estes impactos "superaram largamente o efeito de expansão de capacidade" (6% em média), de termos regulatórios mais favoráveis no Brasil e de uma evolução cambial favorável (mais 54 milhões de euros, essencialmente pela apreciação do real face ao euro em 12).

Os ganhos não recorrentes dizem respeito a dois itens: 61 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2016 resultante da venda de centrais hídricas em Pantanal, no Brasil; 558 milhões de euros devido à venda da Naturgas em Espanha.

Separando por áreas de negócio, a produção e comercialização na Península Ibérica (19% do EBITDA) registou uma queda de 39% no seu EBITDA para 518 milhões de euros, "penalizado por uma hidraulicidade muito fraca nos nove meses de 2017 e preços spot mais elevados, que comparam muito desfavoravelmente com nove meses de 2016 muito chuvosos e com preços baixos".

Já nas redes reguladas na Península Ibérica (27% do EBITDA) sofreu uma queda de 4% no seu EBITDA para 717 milhões de euros, "impactado pela venda de actividade de distribuição de de gás em Espanha (menos 24 milhões), um controlo de custo rigoroso e uma menor margem bruta".

Por seu turno, a actividade eólica e solar (37%) registou um aumento do EBITDA de 17% para 991 milhões até Setembro "impulsionado por uma subida de 10% na produção, por proveitos  com parceiras instituicionais mais altos (mais 28 milhões) e o impacto da venda de uma participação minoritária" no projecto eólico na Escócia.

Por último, o EBITDA da EDP Brasil manteve-se estável nos 464 milhões de euros, sem contar com a mais valia da venda do Pantanal em 2016. Sem este efeito, o EBITDA subiu 13% devido a um "impacto cambial mais favorável", mais 50 milhões devido à subida do real face ao euro em 12%.

O investimento líquido, por seu turno, atingiu os 1.148 milhões de euros até Setembro, com o investimento em nova capacidade eólica e solar a alcançar os 715 milhões. Simultaneamente, o investimento em nova capacidade hídrica totalizou 40 milhões, uma queda face aos 108 milhões em 2016.

Já a dívida líquida voltou a recuar entre o final de Junho e o final de Setembro, registando agora um total de 15.100 milhões de euros, impactada essencialmente pela venda da Naturgas, tendo recuado 1.790 milhões de euros entre Julho e Setembro.

Sobre as alterações regulatórias e legislativas que afectam a EDP, a eléctrica diz já ter solicitado "informação" ao regulador ERSE sobre o valor apurado para os contratos CMEC até 2027- 154 milhões de euros versus os 256 milhões apurados pela EDP/REN -, "não vislumbrando as razões para a discrepância", aponta.

Em relação à decisão do Governo de Passos Coelho que permitiu repercutir aos consumidores os custos da taxa CESE e da tarifa social, a EDP diz aguardar "informação quanto aos fundamentos e critérios utilizados para esta reversão".

(Notícia actualizada às 17:29)
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