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Lucro da REN recua 10,1% até setembro para 68,4 milhões de euros
A REN apresentou esta quinta-feira os resultados dos primeiros nove meses de 2021. A energética registou um resultado líquido de 68,4 milhões de euros.
A REN - Redes Energéticas Nacionais registou lucros de 68,4 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2021. O valor corresponde a um recuo de 10,1% face aos 76,1 milhões de euros registados no mesmo período do ano passado.
No comunicado enviado esta quinta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a REN justifica a descida do resultado líquido com a quebra do EBITDA, que caiu 2,6% face ao período homólogo para 343,4 milhões de euros. Esta quebra deveu-se à redução da remuneração da base de ativos regulados (RAB) em 6,6 milhões de euros, que foi "motivada pelo decréscimo na base de ativos" e nas taxas de remuneração, bem como pelo decréscimo da contribuição de OPEX.
A remuneração do RAB caiu em todas as áreas, refere a REN, "mas especialmente na eletricidade, resultado da redução da base de ativos". A base de ativos de eletricidade reduziu-se em 80 milhões de euros para 1.935,8 milhões.
A quebra do EBITDA foi em parte compensada pela "contribuição positiva dos Resultados Financeiros", que melhoraram 5,5 milhões de euros para -31 milhões, "consequência da diminuição do custo médio da dívida (de 1,9% para 1,6%)". A gestora das redes nacionais sublinha ainda o impacto positivo de 1,1 milhões de euros da redução da Contribuição Extraordinária do Setor Energético (CESE) para os resultados.
O segmento internacional contribuiu negativamente, com 900 mil euros, apesar da melhoria da chilena Transemel em 300 mil euros. No entanto, as receitas da Eletrogas cairam 13,6% para 20,8 milhões de euros.
A dívida líquida da energética encolheu 13,3% para 2.378 milhões de euros, "porque beneficiou de um maior fluxo de caixa e, de uma contribuição positiva dos desvios tarifários, que por sua vez, excederam as saídas de CAPEX e atividades de financiamento".
O investimento aumentou 36,7% para 141,7 milhões de euros, "um valor dentro do planeado numa realidade menos condicionada pela pandemia" destaca a empresa liderada por Rodrigo Costa.
A REN ressalva que no passado mês de agosto, a ERSE recomendou a redução dos investimentos propostos no PDIRT e no PDIRG, relativos às redes de eletricidade e gás natural, uma "posição que conflitua com as atuais políticas governamentais e com a resposta do setor". Face a este parecer do regulador, a empresa "está presentemente a avaliar detalhadamente as posições da ERSE relativamente aos projetos de investimento antes de incorporar a sua visão nos documentos a entregar ao Governo".
No período em análise foi batido um recorde na produção de energia solar fotovoltaica, que atingiu os 200 GWh em julho.
De resto, a produção de energia renovável "permitiu abastecer 61% do consumo de eletricidade do país nos primeiros nove meses de 2021", um valor que compara com os 56% registados no período homólogo.
A energia hidroelétrica assegurou 28% do consumo, a eólica 24%, a biomassa 7%, e a fotovoltaica 3,7%.
Por sua vez, a produção não renovável abasteceu os restantes 31% do consumo, ressalva a REN, tendo sido repartida entre o gás natural (29%) e o carvão (2%). Os restantes 8% corresponderam a energia importada.