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Investidores institucionais podem comprar ações da EDPR com desconto de 9,2% no aumento de capital

A empresa liderada por Miguel Stilwell Andrade deverá colocar as suas ações a um preço unitário de 17 euros no aumento de capital que lançou esta terça-feira só para investidores institucionais, que assim podem comprar ações da empresa de energias verdes com desconto superior a 9% face à cotação de hoje.

Miguel Stilwell de Andrade acumula a liderança da EDP e da EDP Renováveis.
Ricardo Almeida
02 de Março de 2021 às 20:16
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A EDP Renováveis deverá colocar as suas ações a um preço unitário de 17 euros na operação de venda a investidores institucionais que lançou esta terça-feira e que se insere no âmbito do aumento de capital que tinha pré-anunciado quando atualizou a sua estratégia para os próximos anos.

A informação foi avançada pela Bloomberg e o preço representa um desconto de 9,2% face à cotação de fecho desta terça-feira (18,74 euros).

  

Depois de na semana passada ter anunciado que estava a estudar realizar um aumento de capital de 1,5 mil milhões de euros para financiar o investimento de 19 mil milhões de euros em quatro anos, a EDP Renováveis comunicou hoje ao mercado, já depois do fecho da bolsa, que a operação arrancaria ainda esta segunda-feira.

Na prática os investidores não estão a participar diretamente no aumento de capital, pois vão comprar ações que a EDP emprestou aos bancos para estes colocarem no mercado junto de apenas investidores profissionais. 

Numa altura em que a procura já excedeu a oferta de 1,5 mil milhões de euros, a Bloomberg avança que o preço indicativo a que a operação será feita é de 17 euros por título. A última vez que a EDPR fechou abaixo deste valor foi na sessão de 10 de novembro.

A 17 euros por ação, os investidores institucionais vão pagar um preço acima da média dos últimos seis meses, mas 36% abaixo do máximo histórico (26,4 euros a 8 de janeiro) e 23% abaixo da média deste ano (22,10 euros).



Para chegar ao valor da oferta de 1,5 mil milhões de euros e tendo em conta este preço, a EDP terá de emitir pouco mais de 88 milhões de ações. Ou seja, será um aumento de cerca de 10% do atual.

Como os atuais acionistas não poderão participar na operação, verão a sua posição diluída no pós aumento de capital. No caso da EDP, verá a sua posição baixar dos atuais 82,6% para cerca de 75%.

EDP empresta ações para acelerar operação

 

No comunicado a anunciar que o aumento de capital arrancava hoje, a EDP explicou que a operação será conduzida por um conjunto de bancos que ofereceram as novas ações no mercado aos investidores, num processo conhecido por accelerated bookbuilding (ABB) e em que os investidores habitualmente compram as ações com um desconto face ao valor de mercado.

 

Desta forma, este aumento de capital "será dirigido exclusivamente a investidores profissionais", pelo que não podem participar os pequenos investidores, mesmo os que sejam acionistas da empresa de energias verdes do grupo EDP.

 

Os bancos podem avançar desde já com o ABB sem as novas ações estarem emitidas porque a EDP vai emprestar parte das ações que detém "para facilitar a formação de preço e a liquidação do ABB", sendo que os bancos vão colocar esses títulos nos investidores institucionais.

 

A EDPR estima que os investidores recebam a sua alocação de ações da cotada "aproximadamente no dia 5 de março de 2021", sendo que a partir dessa data "terão todos os direitos económicos e direitos de voto inerentes", como é o caso do recebimento de dividendos.

 

Só depois desta operação concluída e os investidores já tiverem comprado as ações, é que a EDPR vai realizar o aumento de capital, que será então subscrito pelos bancos que conduziram a ABB. No final do aumento de capital os bancos devolvem as ações à EDP.

A assembleia geral para aprovar o aumento de capital deverá acontecer "aproximadamente no dia 12 de abril de 2021".

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