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Gasóleo profissional: Transportadoras dizem que petrolíferas queriam "exclusividade" no desconto

A ANTRAM reagiu às declarações do secretário-geral da APETRO que aconselhou o Governo a estar atento às bombas de abastecimento das transportadoras de forma a "evitar abusos" no gasóleo profissional.

Miguel Baltazar
11 de Abril de 2017 às 15:58
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Guerra de palavras entre as transportadoras e as petrolíferas. A Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) reagiu às declarações feitas pelo líder da associação das maiores petrolíferas em Portugal.

A Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (APETRO) aconselhou o Governo a estar atento à aplicação do regime de gasóleo profissional nas bombas de abastecimento dentro das empresas transportadoras de forma a "evitar abusos".

Em resposta, a associação que representa os transportadores de mercadorias (ANTRAM) diz que as declarações de António Comprido, conforme noticiou o Negócios, tiveram lugar porque as petrolíferas não têm a "exclusividade de abastecimento" do gasóleo profissional.

"A ANTRAM só poderá entender o estado de ansiedade do "presidente" da APETRO pelo facto de não se confirmar a exclusividade de abastecimento do gasóleo profissional na esfera de negócio dos seus associados", disse a ANTRAM em comunicado divulgado esta terça-feira, 11 de Abril.

Esta exclusividade das petrolíferas, aponta a ANTRAM, "seria considerada uma excelente oportunidade de incremento, não só do negócio, como das margens de lucro, por via da obrigatoriedade de utilização dos cartões frota, contribuindo, também, para o reforço do poder negocial do setor dos combustíveis face aos seus clientes".

A associação liderada por Gustavo Paulo Duarte garante que "uma das suas maiores preocupações e prioridades está relacionada com o cumprimento de todas as regras e com o aparecimento de eventuais más práticas e abusos no que toca ao abastecimento e gestão do processo de gasóleo profissional". E sublinha que "tem, ainda, em mente algumas histórias relacionadas com más práticas de alguns postos públicos".

As transportadoras dizem confiar no "sistema de controlo previsto pelo legislador, uma vez que está certa de que a fiscalização da Autoridade Tributária será implacável no seu combate a toda e qualquer tentativa de fraude, tenha ela origem nos pontos de abastecimento de gestão privada das empresas de transporte ou nos postos públicos, especialmente aqueles com "histórias" menos positivas".
 
"Mas agora estamos a avançar com uma segunda fase mais melindrosa: as instalações dos próprios consumidores. Aí sempre alertámos que é preciso ter cuidado, é uma área que não tem a consistência, nem a história, nem a robustez dos postos públicos, os passos aqui devem ser cuidadosos", afirmou António Comprido na sexta-feira, 7 de Abril.

Em entrevista ao Negócios a 6 de Abril, o presidente da ANTRAM previu que quando o regime de gasóleo profissional estiver totalmente implementado nas instalações das transportadoras, então as empresas deixarão de abastecer em Espanha. "Quando se conseguir o gasóleo profissional nas instalações das empresas essa inversão é imediata".

Os dados mais recentes apontam que o regime do gasóleo profissional, que dá um desconto de 11 cêntimos, já está disponível em 2.100 postos de abastecimento, 70% dos postos do país, cobrindo cerca de 90% dos concelhos. Em Janeiro deste ano, foram feitos mais de 1,3 milhões de euros de reembolsos às empresas transportadoras, com 5.850 matrículas processadas, e com 10 milhões de litros de gasóleo profissional abastecidos, segundo dados da Autoridade Tributária.
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