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Galp poderá ter novo CEO no espaço de seis meses
"Há um processo de recrutamento muito competitivo a decorrer neste momento, com candidatos internos e externos. Este processo vai demorar pelo menos seis meses a partir de agora", disse aos analistas o co-CEO interino João Diogo Silva (na foto).
Depois da saída de Filipe Silva da Galp, em janeiro de 2025, e de os seus colegas de Conselho de Administração Maria João Carioca e João Diogo Silva terem assumido logo depois para partilhar, de forma interina, o cargo de CEO da petrolífera portguesa, a empresa poderá vir a ter um novo presidente executivo no espaço de seis meses.
A garantia foi deixada por João Diogo Silva (na foto) numa conversa telefónica com analistas - depois de a Galp ter apresentado na manhã desta segunda-feira -, que questionaram como estava a correr o processo de escolha do novo CEO.
"Sentimo-nos completamente integrados no cargo, com um apoio forte do Conselho de Administração. Há um processo de recrutamento muito competitivo a decorrer neste momento, com candidatos internos e externos. Este processo vai demorar pelo menos seis meses a partir de agora. Vamos manter-nos muito focados nos desafios que temos", respondeu o co-CEO aos analistas.
Já antes, numa mensagem em vídeo pré-gravada, Maria João Carioca (ex-CFO) enfatizou a "continuidade estratégica e o foco na execução". "Temos ótimas pessoas e o apoio do Conselho. Juntamente com o meu co-CEO, João Diogo, espero concretizar o plano de investimento da Galp no próximo ano", refere a responsável.
"O caminho estratégico da Galp não vai mudar. O nosso Conselho de Administração tem um papel muito ativo na avaliação e tomada de decisão nas principais opções estratégicas da empresa. Vamos continuar a levar a cabo o plano de investimento disciplinado da Galp, reduzindo riscos e crescendo no nosso notável portefólio de "upstream", acrescentou João Diogo Silva na "call".
Já Maria João Carioca reforçou a mensagem de que "2024 foi um ano notável para a Galp", sobretudo no que diz respeito à Namíbia. "Perfurámos quatro poços em Mopane, a um bom ritmo. Neste momento estamos ainda a recolher e a digerir toda a informação e a trabalhar arduamente no desenvolvimento de um conceito para desenvolver este novo hub na Namíbia. Ainda estamos a perfurar o poço número cinco, numa outra região do complexo, com potencial para desbloquear novas oportunidades de exporação", disse a co-CEO, dizendo esperar "novos resultados muito em breve".
A Namíbia foi, aliás, o tema dominante da conversa telefónica com os analistas, com a nova co-CEO interina a repetir várias vezes que a Galp "não tem pressa" nem um "timeline" já definida sobre o que vai acontecer no país africano. "Precisamos de fazer um balanço de toda a informação que temos vindo a recolher, mas ainda há muita coisa a acontecer no terreno. Esperamos que esteja concluído no final de março", disse, acrescentando que em termos de um "calendário" para a Namíbia a Galp "vai continuar a procurar uma solução que permita garantir a criação de valor a partir dos ativos e reduzir riscos, dada a dimensão e o potencial do projeto".
"Ficou claro que não estamos com pressa. Construímos uma posição muito sólida na Namíbia. Por isso, apesar de a partilha do risco e a venda de parte da participação ser um caminho natural, pensamos que será benéfico continuar a avaliar os novos dados. Não há um calendário formal nesta fase. Por isso, certificar-nos-emos de que conseguimos uma parceria alinhada, com um futuro parceiro", acrescentou, garantindo que a Galp não vai alocar ao projeto de Mopane mais investimento do que aquele já efetuado para as perfurações.
Ainda sobre a venda de metade da participação de 80%, a empresa quer "garantir uma avaliação justa dos ativos para ambas. "Estamos à procura de um parceiro experiente com quem possamos ter um bom alinhamento sobre o progresso de Mopane. Isso é mais importante do que estabelecer um calendário fe ter de o cumprir sacrificando o valor dos ativos".
Na mesma conversa com analistas, outros dos temas mais abordados esteve relacionado com a redução do investimento da Galp, de mil milhões por ano em 2025 e 2026, para menos de 800 milhões am cada um destes anos.
"Para 2025 estamos a assumir um cenário macroeconómico mais fraco e teremos uma operação de manutenção pontual que limitará o nosso desempenho operacional. Em 2026 a situação já estará normalizada, o que fará com que o "cash flow" aumente 20% em comparação com 2024, mesmo num contexto macroeconómico menos favorável", referiu Maria João Carioca, voltando a referir a "confiança do Conselho de Administração no nosso plano de crescimento e na nossa disciplina em matéria de investimento".
Quantos aos 800 milhões de investimento líquido para este ano, Maria João Carioca disse que "a maior parte são despesas já assumidas e em curso". "No entanto, este valor tem também tem em consideração o facto de termos aproximadamente 800 milhões de desinvestimentos anunciados em Angola e Moçambique. O que leva a um investimento bruto de 2,4 mil milhões".
Est ano de 2025 ficará marcado para a Galp por uma paragem de 50 dias para manutenção das várias unidades de extração de petróleo no Brasil, o que se traduzirá numa redução entre 2.000 e 3.000 barris de petróleo por dia.
"Trata-se apenas de uma gestão regular da frota. Em termos de manutenção, é sempre tempo e dinheiro muito bem investidos para garantir a integridade e a longevidade das nossas instalações. Este impacto na produção para todos já estava previsto nos nossos planos.