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Engie rejeita estar a preparar uma OPA sobre a Renováveis mas "está constantemente a analisar oportunidades de investimento"

A francesa Engie nega estar a preparar uma OPA sobre a EDP Renováveis, mas admite que "está constantemente a analisar oportunidades de investimento".

A francesa Engie nasceu da fusão da Gaz de France com a Suez. A empresa vive um processo de transformação, que assenta na venda das atividades menos rentáveis e nas energias renováveis, serviços energéticos e atividades reguladas. Este caminho visa melhorar a rentabilidade, que caiu nos últimos anos, e impulsionar o lucro. A concentração em atividades reguladas tornará os resultados futuros mais previsíveis. Ao contrário de outras elétricas, a Engie tem a dívida controlada, pelo que não deve ser muito afetada pela subida das taxas de juro.
reuters, bloomberg
26 de Junho de 2018 às 08:37
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A francesa Engie emitiu uma nota ao mercado, a pedido da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a esclarecer que não está a preparar nenhuma oferta de compra sobre a EDP Renováveis. Mas deixa claro que "está constantemente a analisar oportunidades de investimento".

"Depois da recente especulação sobre a intenção da Engie lançar uma oferta de compra sobre as acções da EDP Renováveis, a Engie gostaria de clarificar que sendo uma das maiores ‘utilities’ europeias com operações mundiais, está constantemente a analisar oportunidades de investimento. Dito isto, a Engie gostaria de tornar claro que ainda não tomou qualquer decisão sobre a EDPR e actualmente não está a preparar qualquer oferta de compra sobre as acções da EDP Renováveis", de acordo com um comunicado emitido pela francesa, depois de o regulador de mercados português ter pedido esclarecimentos.

Este esclarecimento surge depois de ontem, após o fecho do mercado, ter sido noticiado que a francesa Engie está interessada nos activos da empresa liderada por João Manso Neto nos EUA. Com este objectivo estão traçados vários cenários, desde o lançamento de uma oferta pública de aquisição (OPA) concorrente à da China Three Gorges (CTG) até a uma parceira com os chineses de modo a ficar com os activos que estes terão de vender nos EUA de forma a verem a operação de compra da EDP Renováveis aprovada. 

Esta notícia fez com que a CMVM pedisse esclarecimentos à Engie. O que acabou por acontecer esta madrugada. 

As acções da EDP Renováveis chegaram a subir mais de 7% para 8,99 euros, o que corresponde um novo máximo histórico. Entretanto as acções da empresa liderada por João Manso Neto já aliviaram parte destes ganhos e seguem com uma subida de 2,69% para 8,59 euros. 

O BPI realça que "apesar do desmentido da Engie, as potenciais questões regulatórias na OPA da CTG sobre a EDP/EDP Renováveis, particularmente no que se refere aos activos nos EUA, podem motivar uma espécie de aliança com a CTG". Outro cenário admitido pelos analistas do BPI passa precisamente pelo lançamento de ofertas concorrentes, "especialmente devido ao preço baixo oferecido pela CTG."


"Acreditamos que a Engie estará interessada em vários activos da EDPR, mas o portefólio dos EUA deve ser o alvo principal se a CTG for mesmo forçada a vender" estes activos devido a questões de regulação.

 

Mas a Engie não estará sozinha neste interesse. Haverá outras empresas interessadas, de acordo com a imprensa, entre elas estarão a Iberdrola e a Enel.

 

O BPI realça que os activos dos EUA representam 48% da avaliação desta casa de investimento sobre a EDP Renováveis.

Actualmente o BPI tem um preço-alvo de 9,15 euros, um valor que está 25% acima da contrapartida oferecida pela CTG (7,33 euros) e 6% acima da actual cotação. 

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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