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Elétricas europeias pedem a Bruxelas corte de impostos para reduzir pressão de preços

Vários administradores de empresas europeias no setor, onde se inclui a EDP, enviaram uma carta à Comissão Europeia a sugerir um conjunto de medidas para evitar uma pressão nos preços. Uma delas passa pelo corte de impostos.

O “hedge fund” britânico Marshall Wace comunicou, esta semana, uma posição curta de 0,5% no capital da EDP.
Miguel Baltazar
14 de Outubro de 2021 às 17:03
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Um grupo de administradores de várias empresas europeias de energia, onde se inclui Miguel Stilwell d’Andrade, CEO da EDP - Energias de Portugal, enviou uma carta à Comissão Europeia a sugerir uma redução de impostos de forma a atenuar a pressão sobre os preços da eletricidade na fatura dos consumidores.

No mesmo documento, a que o Negócios teve acesso, este conjunto de líderes apela aos governos para evitarem medidas drásticas sobre os preços, à imagem do que aconteceu em Espanha. 

"O impacto da subida de preços nas faturas dos consumidores não deve ser subestimada. Suportamos por completo a necessidade de proteger os cidadãos vulneráveis", pode ler-se na carta assinada por todos os responsáveis. Ainda assim, "para lidar com esta situação, os assinantes desta carta pedem uma forte cautela contra medidas políticas míopes que vão contra o quadro legal do mercado de energia na União Europeia".  

Atualmente, os impostos representam aproximadamente 41% da fatura da eletricidade, realçam as empresas, que estimam um aumento de 29% de taxas na última década. Nesta carta, organizada pela Eurelectric, as empresas realçam o facto de os impostos sobre a eletricidade serem maiores do que de outras fontes de energia, na maioria dos países. 

Já ontem, a própria Comissão Europeia (CE) apresentou uma "caixa de ferramentas" com medidas que os Estados-membros da União Europeia podem adoptar, respeitando regras europeias, para aliviar faturas da luz de famílias e empresas em altura de crise energética. Entre os apoios está a aplicação de impostos especiais de consumo, o apoio direto aos consumidores e o alívio para agregados familiares e pequenas empresas vulneráveis.

Miguel Stilwell d’Andrade considerou esta quinta-feira que as diretrizes da Comissão Europeia para os Estados-membros aliviarem faturas da luz em altura de crise energética são importantes para uma resposta "uniforme", durante a iniciativa ESG Days.

Menos impostos e mais investimento em renováveis
Para além de uma redução de impostos ao consumidor, os administradores propõe uma implementação total do "Pacote de Energia Limpa" ou uma aceleração da transição energética com desenvolvimento de fontes neutras em carvão.

"Entre a Europa nós devemos reduzir a nossa dependência em gás importado e a exposição associada aos voláteis preços do gás", adiantam. "Apoiamos totalmente a ambição de reduzir as emissões em, pelo menos, 55% até 2030", continuam.

A carta sugere também um acelerar de medidas de eficiência energética dentro da casa dos cidadãos e uma melhoria do ambiente de investimento.

Recentemente, os preços da eletricidade no mercado europeu atingiram recordes máximos superando os 100 euros por MWh (megawatt por hora), aquecendo o debate em todo o continente sobre a escalada dos valores. As maiores empresas do setor em Espanha, como a Iberdrola ou a Endesa - subsidiária da italiana Enel - estão agora a fazer os primeiros pagamentos devido à taxa temporária que criada pelo governo em cima da fatura.

O governo de Espanha estimou inicialmente que, com base nos preços do mês passado, esta medida iria gerar em torno de 2,6 mil milhões de euros em seis meses que, caso não fosse criado este novo imposto, ia parar aos bolsos das empresas. Só que com o contínuo aumento de preços, as empresas estimam agora que esse valor possa atingir os 5,5 mil milhões de euros, algo que visto como desproporcional por estes "players".
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