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EDP quer ter actuação institucional mais forte no mercado brasileiro

Ana Maria Fernandes deixa a gestão directa da EDP Brasil e passa a "chairman", o que António Mexia classifica como um "reforço" da presença institucional directa no país.

02 de Janeiro de 2014 às 22:30
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Ana Maria Fernandes abandonou, pela segunda vez em dois anos, o cargo de presidente executiva (CEO) de uma empresa da EDP. No início de 2012 transitou da EDP Renováveis para a EDP Brasil. Agora a gestora passará a ser "chairman" desta subsidiária. Segundo o CEO da EDP, António Mexia, é um reforço da aposta no Brasil. "O alargamento das nossas actividades no Brasil e a importância crescente que a EDP Brasil tem para o nosso grupo exige, agora, o correspondente reforço da nossa presença institucional directa no País", explicou Mexia numa mensagem interna da EDP, a que o Negócios teve acesso.

A liderança executiva da EDP Brasil passou para Miguel Setas, que já estava desde 2008 na equipa de gestão da participada da EDP. Até 2016, Ana Maria Fernandes será a presidente do conselho de administração da EDP Brasil (sem funções executivas), ocupando o cargo que até agora era de António Mexia. Embora assumisse o papel de "chairman", na maioria das reuniões do conselho da EDP Brasil Mexia participava por videoconferência. O grupo quer mudar isso e ter institucionalmente uma presença local mais forte, que reflicta o crescimento operacional que a EDP tem tido no Brasil, onde ainda em Dezembro último ganhou uma concessão para uma nova barragem.

Na comunicação interna da mudança, António Mexia elogiou Ana Maria Fernandes. "Gostaria de registar o importante contributo que Ana Maria Fernandes deu para o desenvolvimento da companhia que liderou nos últimos dois anos", sublinhou o CEO da EDP. António Mexia assegurou que Ana Maria Fernandes "terá uma missão fundamental na representação institucional da EDP Brasil, na relação com os accionistas e na formulação dos desafios colocados à empresa".

O que a EDP Brasil tem pela frente

Formado em Engenharia Física e Engenharia Electrotécnica em Lisboa, Miguel Setas iniciou a carreira como consultor na McKinsey, ingressando na EDP em 2006. Em 2008 entrou na comissão executiva da EDP Brasil, onde em 2010 ficou com a vice-presidência da área de distribuição. Agora terá de gerir uma empresa com mais desafios.

Ao longo dos últimos anos a EDP diminuiu a posição na sua subsidiária brasileira para 51%, mas ampliou a aposta no negócio da geração, onde já detém 2,2 gigawatts (GW) de capacidade instalada, distribuída por nove estados brasileiros. Nos próximos cinco anos, a EDP Brasil acrescentará outros 1,3 GW, sobretudo com novas barragens.

Além de gerir no terreno estes projectos, e de procurar conquistar, nos leilões brasileiros, novas concessões, a EDP Brasil terá também o desafio de trabalhar em parceria com a China Three Gorges em vários projectos no Brasil. António Mexia considera que essa parceria dará "músculo" à EDP Brasil. Mas também se adivinha uma maior necessidade de diplomacia e diálogo na relação com os accionistas minoritários da EDP Brasil e com o próprio Estado brasileiro, enquanto promotor de leilões para nova capacidade de produção.

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