A intervenção consiste na revisão de um dos quatro grupos geradores da central, o que implica a paragem do gerador e a desmontagem dos equipamentos, como condutas, a turbina e a caldeira, para limpeza e reparação, enquanto os restantes se mantêm operacionais.

Esta é a quarta e última operação de manutenção aos grupos geradores que a empresa realiza no espaço de cerca de dois anos, o que representou um investimento total de cerca de 30 milhões de euros, revelou João Amaral durante uma visita exclusiva para jornalistas.

Na revisão do grupo gerador, que se estende até ao final deste mês, estão envolvidas 30 empresas, das quais 16 são da região. Segundo João Amaral, o número de trabalhadores da central duplica durante estes trabalhos.

A central eléctrica emprega 464 pessoas (cerca de 200 em regime de prestação de serviços), mas com esta operação de manutenção trabalham na unidade cerca de mil pessoas. Os trabalhadores contratados para estas ocasiões são, "na sua grande maioria", especializados em áreas como a soldadura e a mecânica, entre outras, que "percorrem o mundo a fazer estas actividades", explicou o director da central.

Além da manutenção, a EDP investiu, nos últimos anos, cerca de 300 milhões de euros em equipamentos para tornar a central termoeléctrica de Sines, a carvão, mais "amiga do ambiente", nomeadamente ao nível das emissões de compostos de azoto e de enxofre.

Cerca de 99% das cinzas resultantes da combustão do carvão (podendo ser consumidas mais de 1.200 toneladas por dia) são retidas e vendidas à indústria cimenteira, para a produção de betão, explicou aos jornalistas Augusto Grácio, responsável pela segurança da central.

Augusto Grácio garantiu que a central de Sines está equipada com "o melhor que há" a nível tecnológico, permitindo cumprir as directivas europeias relativamente às emissões de gases e partículas.

Em actividade desde meados dos anos 80, esta é, segundo os responsáveis, a central que tem mais potência instalada, produzindo 20% da energia eléctrica nacional.

De acordo com o tempo de vida estimado e os investimentos realizados, perspectiva-se que a central possa laborar durante, pelo menos, mais uma década.