A EDP arrecadou 229 milhões de euros com a venda de uma parcela do défice tarifário de eletricidade em Portugal relativo a 2012. A companhia liderada por António Mexia optou assim por alienar o direito de receber o valor do défice tarifário acumulado no ano de 2012.

A decisão de "ceder, de forma plena e sem recurso à Tagus" foi anunciada esta segunda-feira, 22 de Dezembro, pela EDP à CMVM.

Através da secutirização dos défices tarifários, a EDP encaixa menos dinheiro, mas garante uma receita mais rápida com a dívida que resulta da actualização das tarifas de electricidade. O défice tarifário de 2012 iria ser recuperado pela eléctrica em 2017 e 2018. 

A aquisição desta parcela pela Tagus será financiada através da emissão de dívida com um juro de 2,9%. A financeira StormHarbour Securities foi a responsável por intermediar este negócio.

Ainda este ano, a EDP encaixou 750 milhões de euros em Março com a venda de uma parcela do défice tarifário relativo a 2013.

Já este mês, a EDP alienou uma parcela do défice tarifário espanhol relativo ao ano de 2013, encaixando 202 milhões de euros.

Este défice tarifário é relativo aos Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC), uma compensação do Estado à EDP pela cessação antecipada de vários contratos de compra de energia em três dezenas de centrais eléctricas.

Os contratos foram interrompidos pelo arranque do mercado grossista de electricidade da Península Ibérica. Estes contratos de aquisição de energia (CAE) garantiam à eléctrica uma receita previsível para a electricidade produzida nestas centrais, na sua maiora barragens.

A securitização é uma ferramenta financeira usada para transformar dívida em investimento, convertendo este activo sem liquidez em títulos negociáveis no mercado de capitais.

A EDP registou uma subida de 0,16% para 3,218 euros na bolsa de Lisboa na sessão desta segunda-feira.